O aumento do investimento ocorre num momento em que a China procura localizar a sua produção de chips e reduzir a dependência de fornecedores estrangeiros, num contexto de preocupações crescentes sobre potenciais restrições comerciais por parte do Ocidente. Os especialistas prevêem que os gastos totais da China em equipamentos de fabricação de chips chegarão a US$ 50 bilhões até o final de 2024. Esses investimentos significativos indicam obviamente a confiança dos fabricantes chineses de chips em relação à demanda futura do mercado e à saúde geral da indústria de semicondutores.
Tendo em conta a necessidade de um fornecimento estável de chips essenciais para várias indústrias, está previsto o lançamento de mais de uma dúzia de novas fábricas chinesas em 2024-2025. Ao mesmo tempo, o boom do investimento afecta não apenas os principais fabricantes, como a SMIC e a Hua Hong, mas também as empresas mais pequenas. Como resultado, a China poderá manter a sua posição como o maior mercado mundial de equipamentos para fabricação de chips. No entanto, é importante notar que a maior parte das novas fábricas está focada na produção de chips utilizando processos tecnológicos desatualizados, uma vez que as empresas chinesas ainda têm dificuldade em obter acesso a equipamentos avançados.
Apesar do abrandamento económico global, a China continua a ser a única economia em que o investimento na produção de chips aumentou no primeiro semestre em comparação com o ano passado. Embora países como Taiwan, Coreia do Sul e América do Norte tenham reduzido o investimento em equipamentos de produção de wafers, as empresas chinesas, pelo contrário, continuam a encomendar ativamente equipamentos. Esta onda de compras já teve um impacto significativo em fabricantes como Applied Materials, Lam Research e ASML, que reportaram uma quota crescente de receitas de clientes chineses, variando entre 32% para Applied e 49% para ASML.
Deve-se notar que as perspectivas para a indústria de semicondutores permanecem positivas. Em 2024, a maior parte do crescimento virá do aumento da procura por chips de memória e chips relacionados com inteligência artificial. No entanto, outros sectores, como o automóvel e a electrónica industrial, apresentam apenas um crescimento moderado à medida que se ajustam às actuais condições do mercado.
Os analistas do Nikkei esperam que o investimento da China em nova capacidade de produção aumente nos próximos dois anos. No entanto, prevê-se também que os gastos globais em equipamentos de produção de chips aumentem, especialmente no Sudeste Asiático, nas Américas, na Europa e no Japão, à medida que estas regiões procuram reforçar as suas próprias capacidades de produção.
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