Mesmo na fase de discussão dos subsídios ao abrigo da “Lei dos Chips”, a administração da Intel prestou especial atenção ao lobby dos seus interesses ao nível do Estado americano. A situação não mudou agora, quando uma reunião do conselho de administração pode tomar uma decisão importante sobre o futuro da empresa. O Secretário de Comércio dos EUA teve que realizar um trabalho explicativo entre os grandes investidores americanos.
Pelo menos isso foi relatado pela CNBC, que afirma que a secretária de Comércio, Gina Raimondo, se encontrou pela primeira vez com o CEO da Intel, Patrick Gelsinger. Este último, de acordo com a CNBC, tradicionalmente expressou preocupação com o alto grau de dependência das empresas americanas do fabricante de chips contratado de Taiwan, TSMC. Como a própria Intel recentemente se recusou a desenvolver o processo 20A em produção em massa, razão pela qual a produção de cristais para os processadores Arrow Lake será confiada à mesma TSMC, o chefe da empresa americana provavelmente encontrou ilustrações convincentes de seu ponto de vista durante o reunião com o ministro.
Na etapa seguinte, Gina Raimondo realizou uma série de reuniões com grandes investidores no capital de empresas americanas do setor de tecnologia. O objetivo dessas conversas era convencê-los da importância da produção de componentes nos Estados Unidos, conforme explica a CNBC. Acredita-se que o responsável se reuniu com grandes acionistas de empresas como Apple e Nvidia, instando-os a prestar atenção à capacidade da Intel de produzir chips para elas nos Estados Unidos. Anteriormente, Patrick Gelsinger falou sobre os problemas da empresa em atrair novos clientes para fabricação por contrato. Aparentemente, para fazer lobby pelos seus interesses nesta área, a Intel teve de utilizar elevados recursos administrativos.
Sem pedidos suficientes para as fábricas da Intel nos EUA, a empresa não receberá subsídios governamentais, por isso precisa mostrar às autoridades que toda a iniciativa tem apoio entre potenciais clientes. A Intel poderia receber 8,5 mil milhões de dólares em subsídios não reembolsáveis para a construção de fábricas nos Estados Unidos, bem como até 11 mil milhões de dólares em empréstimos bonificados, o que a tornaria a principal beneficiária da chamada “Lei do Chip”. O governo dos EUA deve tomar uma decisão final sobre a alocação de fundos para as necessidades da Intel até o final deste ano. Uma reunião do conselho está marcada para esta semana, na qual a Intel poderá considerar sua reestruturação. Os ativos de produção, de acordo com uma versão, podem ser finalmente separados do desenvolvimento de chips.
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