A actividade de investimento na China diminuiu visivelmente, o que levanta dúvidas sobre o futuro desenvolvimento do seu sector tecnológico. A angariação de fundos para investimento na China por parte de empresas de capital de risco nacionais e estrangeiras caiu drasticamente desde 2022, levando a uma queda significativa no número de startups fundadas na China no ano passado e este ano, informou o Financial Times, citando fornecedores de dados.

Carro elétrico da startup WM Motor, que faliu em 2023. Fonte da imagem: Motor WM

O Financial Times apontou dois grupos principais de razões para o declínio do investimento. A primeira inclui factores macroeconómicos, como o abrandamento geral da economia da China após a eclosão da pandemia da COVID-19 e o rebentamento da bolha imobiliária. O segundo grupo relaciona-se com a regulação económica por parte do governo, cujas medidas repressivas administrativas sobre as principais empresas privadas de tecnologia, como a Alibaba e a Tencent, afectaram as avaliações das suas acções e deixaram os investidores profundamente incertos sobre a atitude de Pequim em relação à iniciativa privada.

Além disso, o impasse EUA-China afugentou o capital de risco internacional do mercado chinês, em parte porque se tornou mais difícil chegar aos investidores através de cotações nos mercados bolsistas internacionais.

Como resultado, os estudantes chineses que estudam no estrangeiro vêem menos oportunidades de regressar à China no sector tecnológico anteriormente em expansão. Houve também um aumento acentuado nos litígios relacionados com investimentos. Em agosto, o jornal local Caixin informou que a principal empresa estatal de capital de risco, Shenzhen Capital Group, havia entrado com 35 ações judiciais contra empresas que, em sua maioria, não conseguiram abrir o capital dentro do prazo ou recomprar ações.

Se a China quiser manter a sua superioridade tecnológica, precisa de reformas em grande escala, escreve o Financial Times. O sector privado deve receber um estatuto igual ao do sector público. É também necessário aumentar a transparência dos mercados financeiros da China para que a confiança dos investidores possa ser restaurada.

«Em primeiro lugar, o próprio Xi deve perceber que a inovação não segue ordens administrativas”, concluiu o Financial Times.

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