As empresas de tecnologia que influenciam o mercado global estão concentradas nos Estados Unidos, mas isso não impede que órgãos reguladores de todo o mundo exijam que elas cumpram as regulamentações regionais. As autoridades europeias podem multar o Google em um valor substancial já no próximo trimestre, caso a empresa se recuse a alterar os termos de acesso à sua loja de aplicativos para desenvolvedores.

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A Reuters noticiou isso, citando suas próprias fontes. Essas ações das autoridades antitruste europeias podem ter consequências geopolíticas adversas, já que as autoridades americanas tradicionalmente desconfiam de tentativas de “assediar” grandes empresas fora do país. A proteção dos interesses das grandes empresas de tecnologia está inclusive incluída em documentos oficiais da estratégia nacional de desenvolvimento dos EUA.
O Google Play está sob escrutínio da Comissão Europeia desde março deste ano, no contexto dos métodos de pagamento para compras de aplicativos e do valor das taxas de aquisição de clientes. Em agosto, o Google implementou algumas flexibilizações nessa área, mas os reguladores europeus estão insatisfeitos com os resultados dessas medidas e gostariam de ver concessões mais amplas, considerando as ações semelhantes da Apple como um modelo. Espera-se que as autoridades europeias concordem que as medidas da Apple para alinhar suas práticas comerciais às leis antitruste regionais são suficientes.
O Google pode formalmente fazer concessões adicionais para evitar uma multa pesada na UE, mas não há certeza de que as penalidades correspondentes serão impostas no primeiro trimestre deste ano. Representantes do Google expressaram não apenas a disposição de continuar cooperando com a Comissão Europeia, mas também preocupação com a criação de condições mais favoráveis à distribuição de malware e ao roubo de dados de usuários por meio do Google Play. As multas por violação da lei europeia de Proteção de Dados de Usuários (DMA) podem chegar a 10% da receita anual da empresa.Em escala global, a Comissão Europeia também está investigando o Google quanto à legalidade de priorizar seu mecanismo de busca homônimo, bem como o uso de conteúdo online por suas ferramentas de IA, sem mencionar as políticas de publicidade da gigante americana da internet.
