Cientistas da Universidade da Flórida e da Universidade de New Hampshire estudaram a capacidade dos campos eletromagnéticos de afetar a eletrônica. Recentemente, eles demonstraram um “dedo invisível” eletromagnético que pode ser usado para controlar remotamente as telas de toque de todos os tipos de gadgets, incluindo smartphones, smartwatches e tablets.
De acordo com os dados mais recentes, os resultados foram demonstrados na conferência de hackers Black Hat USA 2022, que aconteceu na semana passada em Las Vegas. Utilizando um braço robótico e antenas, foi possível simular remotamente o pressionamento dos displays capacitivos de diversos dispositivos. De acordo com o portal Techspot, o método envolve o uso de um conjunto de antenas para determinar a localização do dispositivo da vítima e outra antena para criar um campo eletromagnético com frequências precisas para “apontar” o sinal para os sensores. Os processadores do dispositivo interpretaram os sinais como pressionando um determinado tipo.
A equipe de pesquisa conseguiu simular pressionamentos curtos, longos e deslizar em qualquer direção em dispositivos como iPad, OnePlus, Google Pixel, Nexus e Surface. Em teoria, isso permite que você execute qualquer ação com um smartphone que poderia ser feita com um dedo. Em particular, durante os testes, foi possível usar a tecnologia para instalar malware em um smartphone Android, enviar dinheiro usando o PayPal e enviar mensagens de texto.
No entanto, os cientistas têm certeza de que ainda é prematuro se preocupar, já que a tecnologia de hacking envolve o uso de equipamentos bastante caros e quase nada ameaça os usuários comuns – apenas o braço robótico usado para posicionar com precisão a antena custa milhares de dólares. Além disso, é necessário um conhecimento preciso de como uma tela de toque específica funciona, e o alcance ainda é limitado a alguns centímetros. Em outras palavras, a tecnologia tem um longo caminho a percorrer antes que possa ser colocada em prática. No entanto, especialistas alertam que a tecnologia uma vez inventada pode ser reproduzida por outros especialistas no futuro e, é possível, será possível organizar ataques mais eficazes.
Ressalta-se que os fabricantes de telas de toque capacitivo devem prever a possibilidade de tal “hack” e implementar o reconhecimento de pressão para evitar problemas. Em 2014, a Apple já usava o recurso Force Touch para iPhone e outros dispositivos, mas o abandonou em 2018, pelo menos em smartphones.
Especialistas sugeriram que a maneira mais eficaz de se proteger contra esses ataques seria colocar um smartphone no chamado. A “gaiola de Faraday” não é muito conveniente, mas acredita-se que os designers teriam conseguido uma bela solução para proteção. Por exemplo, de acordo com um princípio semelhante, já estão sendo emitidas carteiras que não permitem a leitura de chips NFC. O relatório de trabalho já foi publicado.