Jogado no pc

Mais de um jogo surgiu na onda da nostalgia. Isto é especialmente verdadeiro para RPGs clássicos ou jogos de tiro da “velha escola”. Mas o espírito dos jogos de plataforma com “dândi” ou “shogi” raramente se faz sentir. Mesmo assim, algumas pessoas às vezes se lembram dele. Como, por exemplo, o Demagog Studio, que, ao criar The Cub, claramente se inspirou em algo como os bons e velhos The Jungle Book e Lion King. Este não é o jogo de plataforma de precisão popularizado por Super Meat Boy ou Celeste, mas uma aventura cinematográfica mais suave. Dos análogos modernos, Rayman Origins ou lançamentos 2D do inafundável Mario vêm à mente. Infelizmente, os autores de The Cub careciam do entusiasmo da Ubisoft e da imaginação infinita da Nintendo.

Novo Mogli

Criado por lobos

Num futuro não muito distante, as pessoas levaram a Terra a uma catástrofe em grande escala. Outra vez. Com a poluição, uma camada de ozono com fugas, conflitos desenfreados e grandes corporações a mentir para salvar a Terra, a previsão do Cub é assustadoramente plausível, apesar da sua caricatura. A humanidade encontrou a salvação nos céus – um punhado de sobreviventes escapou em foguetes que chegaram com sucesso a Marte, onde se estabeleceram. Mas não quero largar meu berço tão facilmente.

Anos depois, uma equipe de pesquisa retorna à Terra para fazer um reconhecimento da situação e avaliar as chances de retomar o planeta da natureza violenta. Além da flora e da fauna selvagens crescidas, os marcianos também encontram um bebê mutante – o protagonista de The Cub. Embora a maior parte da população restante do planeta tenha morrido, alguns ainda conseguiram se adaptar às novas condições e à atmosfera envenenada.

A história em si é normal e esparsa em acontecimentos – na maior parte temos que fugir de cientistas em trajes espaciais que tentam dissecar o herói e descobrir como ele consegue respirar nessas condições – mas a apresentação não é ruim. O mundo do jogo envolve você com uma imagem aconchegante. A indústria está repleta de pixel art e estilo anime, mas a animação ocidental clássica é imerecidamente esquecida. The Cub lembra desenhos animados dos anos noventa e início dos anos 2000, como Atlantis.

Convidados indesejados

O jogo conta a história da extinção humana através de paisagens e imagens. Arranha-céus destruídos no horizonte, bunkers abandonados, uma rodovia entupida de carros destruídos – tudo lembra a antiga grandeza da humanidade, que terminou em desastre e fuga. O caráter caricatural não impede que as cenas sombrias sejam mostradas. Basta olhar para a montanha de corpos murchos e para a brecha no muro ao redor de Alphaville, a última das cidades caídas. A imaginação imediatamente pinta um quadro assustador de pessoas desesperadas literalmente pulando na canhoneira na esperança de chegar até os foguetes que voam para o céu – a única chance de salvação.

Ao mesmo tempo, os artistas conseguiram misturar harmoniosamente uma atmosfera melancólica com uma loucura deliberada. Eles zombam constantemente de corporações modernas como Google e SpaceX. Nosso Mowgli da era pós-apocalíptica olha com surpresa para uma pilha de barras de ouro, ao lado da qual se decompõe o corpo de um pretenso ladrão e fica perplexo com as cenas da série brasileira na TV. Para o jovem protagonista, os fragmentos da antiga civilização são simplesmente curiosidades, e a sua vida é simples e até divertida. De que tipo de tristeza estamos falando quando um besouro grande e suculento zumbia diante de seus olhos? Em busca do almoço!

O mundo ganha vida com muito amor, o que não é surpreendente, porque The Cub é na verdade o terceiro jogo da série: dá continuidade ao divertido jogo de quebra-cabeça de golfe Golf Club Nostalgia e ao jogo tático Highwater. O Demagog Studio claramente adora experimentar gêneros, mas, infelizmente, os jogos de plataforma ainda não são muito bons para isso.

Infelizmente, é impossível espantar criaturas perigosas. Nem pedras nem bananas

The Cub é um clássico representante do gênero: com saltos, trepadeiras e perigos para saltar. Tem ideias interessantes. Por exemplo, num primeiro momento existem episódios que podem ser completados através de diferentes percursos. Mas o jogo vacila nas principais mecânicas – o movimento não parece intuitivo ou fluido. A sensação de fluxo é constantemente perturbada por falhas irritantes. Nem sempre fica claro por que o herói não se agarra ao canto da plataforma ou por que ele simplesmente se agacha em vez de correr. Embora você pareça estar pressionando todos os botões certos.

Situações interessantes com nariz de gulkin. O processo praticamente não ultrapassa o âmbito de “pular o abismo”. Em vários episódios você terá que fugir do perigo, sejam eles perseguidores humanos ou robôs malucos. Mas a diferença é que aqui qualquer erro, mesmo um segundo de hesitação, levará à perda e você terá que reiniciar a seção. E os momentos em que você tem que correr de uma zona segura para outra enquanto o vilão está de costas são estranhos até mesmo para chamar de paródia de esconde-esconde.

Além disso, mesmo nas pequenas coisas, o Cub às vezes consegue irritar. Itens colecionáveis ​​como jornais e ursinhos de pelúcia estão espalhados pelo mundo. Para pegá-los, às vezes é preciso desviar-se do roteiro da trama. Mas se você morrer repentinamente, em muitos casos os perfeccionistas terão que se distrair novamente para reabastecer a coleção.

As poucas situações interessantes que o jogo oferece concentram-se na última meia hora

A jogabilidade e a narrativa nem sempre conseguem dividir a atenção do jogador. Assim, logo nos primeiros minutos, nosso herói encontra um capacete de astronauta sintonizado na rádio Nostalgia. Lá, um apresentador de Marte fala sobre as novidades ou entrevista convidados – pareceria uma ótima maneira de se aprofundar na história e falar sobre as dificuldades de colonizar um novo planeta. Somente essas histórias desviam a atenção do processo. Em momentos calmos isso não incomoda, mas às vezes a transmissão se sobrepõe a alguma perseguição tensa.

* * *

O Demagog Studio definitivamente merece elogios por sua atmosfera única de mundo de fantasia e vontade de conquistar novos gêneros. Mas, infelizmente, o The Cub, além de seu estilo atraente, simplesmente não tem nada que se destaque de seus pares – mesmo há trinta anos. Mowgli ou Aladdin poderiam pelo menos contra-atacar o inimigo.

Vantagens:

  • Estilo atraente de desenhos animados feitos à mão dos anos noventa e início dos anos 2000;
  • Uma interessante mistura de humor melancólico, infantilidade e pós-ironia.

Desvantagens:

  • Falhas na gestão quebram a sensação de fluxo;
  • Jogabilidade simples.

Artes gráficas

A bela animação 2D trouxe uma variedade agradável à pixel art que caracteriza o gênero.

Som

A rádio “Nostalgia” agrada com faixas agradáveis ​​​​no estilo lo-fi e chillwave.

Jogo para um jogador

Corremos, pulamos, admiramos a vista.

Tempo de trânsito estimado

2–3 horas.

Jogo coletivo

Não previsto.

Impressão geral

Um jogo de plataformas fofo, mas extremamente pouco sofisticado, no qual até a mecânica básica às vezes falha.

Classificação: 6.0 / 10

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Vídeo:

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