A Subsea Cloud pretende oferecer aos usuários comerciais a capacidade de seu primeiro data center subaquático, Jules Verne, que deve ser construído na costa dos Estados Unidos. De acordo com o The Register, espera-se que um data center de 1 MW seja 90% mais lucrativo do que estruturas terrestres comparáveis. O comissionamento de Júlio Verne está programado para ser concluído até o final de 2022. A construção de outras instalações também está prevista – no Golfo do México (Njord01) e no Mar do Norte (Manannán). E até 2026, a empresa pretende mudar completamente para o uso de energia renovável.
A principal vantagem do novo data center será sua localização próxima às aglomerações urbanas na costa de Port Angeles, Washington, o que reduzirá o nível de latência e ao mesmo tempo economizará dinheiro, já que os terrenos nas cidades são caros. O objeto foi nomeado Júlio Verne em homenagem ao famoso escritor clássico de ficção científica Júlio Verne. O data center estará aberto para análise de todos os clientes em potencial, mas dificilmente haverá muitos deles, pois está sendo criado principalmente para fins de demonstração.
O data center será resfriado por água ambiente, o que reduzirá o consumo de energia e as emissões de dióxido de carbono em 40% em comparação com os locais terrestres. Os servidores serão colocados em um refrigerante dielétrico e todo o sistema se concentrará na dissipação passiva de calor sem o uso de bombas. A cápsula Jules Verne caberá nas dimensões de um contêiner padrão de 20 pés e estará localizada em águas rasas. As cápsulas no Golfo do México e no Mar do Norte devem ser localizadas em profundidades de até 300 m, mas a Subsea Cloud projetou inicialmente sistemas autônomos capazes de operar em profundidades de até 3.000 m.
Dentro de cada cápsula haverá 16 racks que podem acomodar até 800 servidores. A potência total é de até 1 MW. A velocidade de comunicação com a terra é de 100 Gbps. Esse campus subaquático é dimensionado adicionando cápsulas adicionais, até 100 unidades. Se ocorrer uma avaria ou um cliente pretender substituir o seu equipamento, a equipa de manutenção demorará 4 a 16 horas a chegar ao local e proceder à substituição. A operadora está atualmente negociando cooperação com dois hiperescaladores sem nome, embora ainda não tenham sido alcançados acordos específicos.
A própria Subsea Cloud, apesar do nome, fornece apenas serviços de collocation e é responsável pela manutenção das cápsulas. Além disso, vende e licencia suas soluções. É curioso que, aparentemente, a empresa já tenha pelo menos um cliente que optou pelo segundo caminho, atendendo à manutenção independente das cápsulas. Agora leva 10 semanas para construir e testar uma cápsula, com outras duas semanas para instalar e comissionar.
A eficácia dos data centers subaquáticos já foi comprovada pela Microsoft, que construiu várias instalações relevantes como parte do experimento do Project Natick. Ao contrário das cápsulas Subsea, as instalações da Microsoft são preenchidas com nitrogênio. De acordo com a gigante da tecnologia, apenas alguns servidores falharam durante o experimento. Há também um projeto chinês semelhante Highlander. Espera-se que o resfriamento por imersão evite a contaminação por poeira e outros fragmentos.