Quando se trata de conter os avanços tecnológicos da China, as autoridades americanas demonstraram uma invejável continuidade de abordagem, mesmo após uma mudança de presidente. Nesse contexto, foi surpreendente ouvir executivos da Samsung Electronics afirmarem que a divisão contratada da empresa não havia parado de atender clientes chineses.
Fonte da imagem: Samsung Electronics
No WeChat, um site de rede social popular na China, a divisão de semicondutores da Samsung negou rumores de que havia parado de atender clientes locais que encomendam seus próprios chips. De acordo com representantes da Samsung, a interação com desenvolvedores de chips chineses na área de fabricação sob contrato é realizada da maneira usual. Ao mesmo tempo, a Samsung não especificou sobre quais clientes estava falando ou qual era a natureza de sua cooperação com eles.
A TSMC de Taiwan parou de atender clientes chineses no final do ano passado, gerando especulações de que a Samsung poderia fazer o mesmo. Entre os clientes da Samsung na China, a Fuzhou Rockchip Electronics forneceu comentários, confirmando que estava mantendo seu relacionamento anterior com a contratada sul-coreana. Como explica o South China Morning Post, a liderança política da China organizou uma reunião no final de março deste ano com importantes empresas estrangeiras que fazem negócios na China. Acredita-se que Xi Jinping tenha se encontrado pessoalmente com os chefes da Samsung Electronics e da SK Hynix, que ainda produzem a maior parte de suas memórias na China. As autoridades norte-americanas já os haviam isentado de certas restrições impostas à maioria das empresas que faziam negócios na China e que usavam tecnologia e equipamentos americanos.
Aliás, consta que o vice-presidente executivo da americana Micron Technology, Mark Murphy, visitou recentemente a fábrica da empresa em Xi’an, na China, onde realizou uma reunião com autoridades locais, na qual lhe foi garantida a disponibilidade para fornecer todo tipo de suporte aos negócios deste fabricante de memória. A propósito, a Micron está sujeita a sanções chinesas que não permitem o uso dessa marca de memória em sistemas de computador que formam a infraestrutura crítica da China. Isso não impediu as autoridades chinesas de declarar que a Micron, com base nos resultados do ano passado, tornou-se a maior exportadora de produtos da província de Shaanxi, onde fica a fábrica da empresa.