O Laboratório Nacional de Brookhaven já acumulou mais de 300 PB de dados físicos – mais do que toda a história escrita da humanidade.

O Centro de Dados Científicos e Computação (SDCC) do Laboratório Nacional de Brookhaven (BNL) do Departamento de Energia dos EUA (DoE) vangloriou-se de já ter mais de 300 PB de informações em seus repositórios. De acordo com a Datacenter Dynamics, é o terceiro maior repositório de dados científicos dos Estados Unidos e o maior arquivo de fitas dos Estados Unidos.

Os dados armazenados referem-se a experimentos em física nuclear e de partículas. Num comunicado de imprensa do Laboratório Brookhaven, os funcionários do SDCC afirmam que o arquivo contém seis vezes mais dados do que toda a história escrita da humanidade, começando com fontes sânscritas (50 PB). Em particular, o repositório contém dados obtidos de experimentos no Relativistic Heavy Ion Collider (RHIC) do Departamento de Energia dos EUA, que opera no Laboratório Brookhaven desde 2000, e dados do experimento ATLAS no Large Hadron Collider (LHC).

Fonte da imagem: Roger Stoutenburgh/Laboratório Nacional Brookhaven

Todas as informações estão disponíveis online e mediante solicitação. As informações são armazenadas em uma biblioteca de fitas robótica de alta tecnologia. O laboratório já desenvolveu software e site próprios para monitoramento de transferência de dados, e a estrutura também está colaborando com outros laboratórios do Departamento de Energia e IBM no desenvolvimento de um sistema de gerenciamento de informação – High-Performance Storage System (HPSS). Este último garante que diferentes sistemas de armazenamento, da fita ao disco, possam ser usados ​​de forma eficaz em diferentes combinações. Também foi desenvolvido software para que os físicos acessem as informações do SDCC.

Funcionários do SDCC dizem que o laboratório se beneficia do armazenamento híbrido: os dados são armazenados principalmente em fita e transferidos para disco somente quando necessário, reduzindo custos operacionais e tornando o armazenamento mais ecologicamente correto. Assim, os discos requerem refrigeração e energia, enquanto as fitas simplesmente ficam em bibliotecas fora de sua vida útil. As próprias bibliotecas de fitas estão alojadas em salas especiais com consumo de energia e refrigeração otimizados.

Fonte da imagem: David Rahner/Laboratório Nacional Brookhaven

Existem também capacidades disponíveis para o crescente “cache” de dados recolhidos pelos laboratórios. Como parte do experimento sPHENIX, os cientistas pretendem obter cerca de 565 PB de dados, que são gravados simultaneamente em discos e fitas. No próximo ano, o RHIC será substituído pelo EIC, que deverá gerar 220 PB/ano.

Observa-se que a capacidade de armazenamento em fita geralmente dobra a cada 4-5 anos, e elas próprias estão se tornando mais compactas. Ao transferir periodicamente dados de mídias antigas para novas, os especialistas liberam muito espaço na biblioteca. Atualmente, a capacidade potencial das bibliotecas do Laboratório é de cerca de 1,5 EB, mas os cientistas esperam que com o tempo a aumentem para 3 EB. Vale ressaltar que a demanda por cartuchos de fita só vem crescendo. Em 2023, os embarques atingiram o recorde de 153 EB. É verdade que isso não ajudou todos os fornecedores.

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