O governo brasileiro planeja modernizar o supercomputador Santos Dumont (SDumont), instalado no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) em Petrópolis, como parte do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (BPIA), segundo o The Next Platform. O país pretende obter um supercomputador de IA que estará entre os cinco mais produtivos do mundo. Ele deverá ser usado para treinar seus próprios modelos de IA.
O projeto BPIA, denominado “IA para o Benefício de Todos”, visa tornar o Brasil um líder global em tecnologia de IA, de acordo com o Instituto Dannemann Siemsen (IDS). Ele foi desenvolvido em colaboração com o setor privado e outras instituições para definir metas e diretrizes para o desenvolvimento e a aplicação da IA em diversas áreas, incluindo saúde, educação, segurança pública e energia.
O BPIA receberá investimentos da iniciativa privada, da Fundação Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No total, R$ 23 bilhões (US$ 4,2 bilhões) serão alocados para a implementação do BPIA no período de 2025 a 2028.
Fonte da imagem: LNCC
O programa BPIA visa modernizar os serviços públicos prestados à população com o uso da IA. O plano compreende duas etapas principais: as chamadas “Medidas de Impacto Imediato” e as “Medidas Estruturantes”. A maior parte do investimento será direcionada à implementação das “Medidas de Impacto Imediato”, que incluem 31 iniciativas já em implementação ou a serem lançadas em breve para abordar problemas específicos em áreas prioritárias como saúde, agricultura, meio ambiente, indústria, comércio e serviços, educação, desenvolvimento social e gestão de serviços públicos.
Cerca de R$ 1,8 bilhão (US$ 322 milhões) serão alocados para a modernização do Santos Dumont no Brasil, o que quadruplicará o poder computacional. O principal fornecedor continuará sendo a Eviden (Atos), que implementou o Santos Dumont em 2015. Seu desempenho na época era de 1,1 Pflops. Em 2019, este sistema foi modernizado, aumentando seu desempenho para 1,5 Pflops. A última atualização foi concluída em julho deste ano, e o desempenho do supercomputador aumentou para 18,85 Pflops (FP64).
O Santos Dumont é atualmente composto por cinco módulos. O primeiro inclui 62 servidores blade BullSequana XH3145-H: dois Intel Xeon 9468 (Sapphire Rapids Max) de 48 núcleos + quatro NVIDIA H100. O segundo compartimento contém 20 blades BullSequana XH3420 com três nós, cada um equipado com um par de processadores AMD EPYC 9684X (Genoa-X) de 96 núcleos. O terceiro módulo consiste em 36 nós BullSequana XH3515-H baseados em NVIDIA Quad GH200. O quarto inclui seis blades com três nós, cada um com um par de APUs AMD Instinct MI300A. Por fim, o quinto módulo consiste em quatro nós com NVIDIA Grace Superchip.
