As ações da Oracle subiram mais de 10% na terça-feira, após a divulgação de seu relatório do primeiro trimestre fiscal de 2025, encerrado em 31 de agosto. A receita da empresa aumentou 7%, de US$ 12,5 bilhões um ano antes, para US$ 13,3 bilhões, com a previsão de consenso dos analistas consultados pela FactSet em US$ 13,2 bilhões. O lucro ajustado por ação (não-GAAP) totalizou US$ 1,39, com analistas prevendo US$ 1,33.
A receita da Oracle proveniente de serviços em nuvem (IaaS e SaaS) cresceu ano a ano em 21%, para US$ 5,6 bilhões. A receita de licenciamento de produtos em nuvem aumentou 7%, para US$ 870 milhões, e a receita do segmento de infraestrutura em nuvem (IaaS) aumentou 45%. para US$ 2,2 bilhões “À medida que os serviços em nuvem se tornaram o maior negócio da Oracle, o crescimento tanto em nosso lucro operacional quanto em nosso lucro por ação acelerou”, disse o CEO da Oracle, Safra Catz, em um comunicado à imprensa. O lucro líquido (GAAP) da empresa foi de US$ 2,9 bilhões, ou US$ 1,03 por ação, em comparação com US$ 2,4 bilhões, ou US$ 0,86 por ação, um ano antes (um aumento de 21%).
Katz também anunciou no relatório que havia firmado um acordo com a AWS para hospedar a infraestrutura Oracle Database DBMS. AWS é o maior provedor de serviços em nuvem em participação de mercado. Em um comunicado de imprensa separado anunciando o acordo, o presidente e diretor de tecnologia Larry Ellison disse que a Oracle está vendo uma “tremenda demanda” dos clientes para trabalhar com vários provedores de nuvem. Assim, a Oracle conseguiu persuadir todos os três principais players do mercado de nuvem a cooperar – anteriormente acordos semelhantes foram concluídos com Google e Microsoft.
«Para atender a essa demanda e oferecer aos clientes a escolha e a flexibilidade de que precisam, a Amazon e a Oracle estão conectando perfeitamente os serviços da AWS com a mais recente tecnologia Oracle Database, incluindo o Oracle Autonomous Database”, disse Ellison. “Ao implantar a infraestrutura Oracle Cloud dentro dos data centers da AWS, podemos fornecer aos clientes o melhor banco de dados e desempenho de rede possível”, acrescentou.
Ellison disse que a Oracle tem 162 data centers em nuvem em operação e em construção em todo o mundo. O maior deles terá capacidade de 800 MW, que acomodará vários clusters de aceleradores NVIDIA para treinamento de modelos de IA em larga escala. E a empresa realmente precisa de sites para hospedar aceleradores, já que no trimestre do relatório a Oracle assinou 42 contratos adicionais para GPUs em nuvem, totalizando US$ 3 bilhões, mas não conseguiu concluir um acordo de US$ 10 bilhões com a xAI.
Porém, este não é o limite e a empresa irá “em breve” iniciar a construção de um data center com capacidade superior a 1 GW. Um desses projetos já teve local selecionado e está em processo de concepção, disse Ellison. O data center será alimentado por energia nuclear, já que a Oracle recebeu aprovação para três pequenos reatores nucleares modulares (SMRs). Projetos semelhantes estão sendo desenvolvidos com a participação de Oklo, apoiado pelo chefe da OpenAI, Sam Altman. No entanto, este último já está de olho na energia termonuclear. A Microsoft, que tem laços estreitos com a OpenAI, também está explorando o SMR. A Amazon não pensou demais e simplesmente comprou um campus alimentado diretamente por uma usina nuclear convencional.
Para o atual trimestre fiscal, a empresa espera lucros não-GAAP ajustados de US$ 1,45 a US$ 1,49 por ação, com um crescimento de receita ano a ano de 7% a 9%. A previsão consensual entre os analistas consultados pela FactSet é que a Oracle divulgue lucro ajustado de US$ 1,48 por ação.
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