A Oracle anunciou esta semana a venda de US$ 18 bilhões em títulos com grau de investimento, o segundo maior negócio do mercado neste ano, informou a Bloomberg. De acordo com um documento protocolado na Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) na quarta-feira, a empresa emitiu os títulos em seis pacotes com vencimentos entre 2030 e 2065. A operação foi assessorada pelo Bank of America Corp., Citigroup Inc., Deutsche Bank AG, Goldman Sachs Group Inc., HSBC Holdings Plc e JPMorgan Chase & Co.

A empresa indicou em um documento separado à SEC que os recursos da venda dos títulos poderiam ser usados ​​para fins corporativos gerais, incluindo recompra de ações, pagamento de dívidas e aquisições, informou a Reuters. No final de agosto, a Oracle tinha aproximadamente US$ 95 bilhões em dívida de longo prazo em aberto. Após a emissão dos títulos, o índice de alavancagem da Oracle em relação aos seus lucros aumentará, embora a empresa ainda consiga manter suas altas classificações, de acordo com analistas da Bloomberg Intelligence.

A notícia da venda da dívida ocorreu após o relatório pós-trimestre da Oracle, que mostrou que as obrigações contratuais pendentes (RPO) da empresa somavam US$ 455 bilhões, o que significa que a empresa assinou, mas ainda não pagou, contratos de nuvem no valor desse valor. Posteriormente, a Moody’s observou que a Oracle precisará de empréstimos para suportar esses volumes, visto que se espera que incorra em despesas significativas com equipamentos, imóveis e diversos serviços.

Fonte da imagem: Alice Pasqual / Unsplash

De acordo com o The Register, em julho, a Moody’s alterou sua perspectiva para a Oracle para negativa, embora a classificação em si tenha permanecido inalterada. A nova perspectiva refletiu “a expectativa de novos aumentos na alavancagem e um fluxo de caixa livre cada vez mais negativo, à medida que a Oracle expande significativamente seus negócios de infraestrutura de IA”.

Como alguns clientes da Oracle obterão os fundos necessários para pagar sua enorme dívida contratual permanece uma questão em aberto, observou o The Register, citando o contrato de US$ 300 bilhões da OpenAI, bem como acordos com a xAI, Meta✴, NVIDIA, AMD e “muitos outros” anunciados por Safra Catz durante sua gestão como CEO. As ambições da Oracle em nuvem também foram impulsionadas por um acordo para fornecer infraestrutura e armazenamento em nuvem para o TikTok nos EUA e sua participação no ambicioso projeto Stargate. O Register relata que a participação específica da Oracle em nenhum dos projetos foi divulgada.

De acordo com um estudo da consultoria Bain & Co., o gasto total em infraestrutura necessário para atender às expectativas do setor de IA chegará a US$ 2 trilhões até 2030, com receitas US$ 800 bilhões abaixo do necessário para cobrir esse custo. A Moody’s informou que a Oracle está baseando seus planos de financiamento de data centers nos “compromissos das empresas de IA de pagar por esses recursos e em sua capacidade de pagamento ao longo de muitos anos”, o que é conhecido como risco de contraparte, que se refere à possibilidade de um ou mais parceiros inadimplentes com suas obrigações, parcial ou integralmente.

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