A Federal Energy Regulatory Commission (FERC) dos EUA decidiu ontem rever o processo de aprovação de novos projetos de energia, que se tornou um sério obstáculo ao crescimento das energias renováveis nos EUA. A nova regra visa reduzir o tempo de conexão dos projetos de energia verde à rede e estabelece prazos para revisão e penalidades por atrasos nas decisões.
Agora leva em média cinco anos para conectar um novo projeto de energia à rede. Um grande número de projetos de produção e armazenamento de energia limpa, com capacidade combinada de mais de 2.000 gigawatts, aguarda a aprovação. Isso é aproximadamente igual à energia gerada por todas as usinas em operação nos Estados Unidos.
Esses tempos gigantescos de conexão se devem ao fato de que as atividades da FERC estavam anteriormente concentradas em algumas grandes usinas de combustível fóssil, e seu tempo de construção correspondia à velocidade de conexão à rede elétrica. Recentemente, a comissão enfrentou milhares de pequenos projetos solares, eólicos e de baterias que estão ganhando força, já que o custo dos projetos de energia eólica e solar caiu abaixo do custo de construção de novas usinas de carvão ou gás.
Os atrasos podem se tornar ainda maiores e, para limpar o atraso, uma nova regra federal exigiria que os operadores da rede avaliassem os projetos cluster por cluster, em vez de um de cada vez. Existem prazos rígidos e penalidades para inspeções atrasadas. A nova regra prioriza projetos mais próximos da conclusão e prevê salvaguardas, como depósitos financeiros, contra projetos utópicos e irrealizáveis. O presidente da FERC, Willie Phillip, chamou a adoção da nova regra de um divisor de águas para a rede elétrica do país.
Hoje, as fontes de energia renováveis respondem por pouco mais de 20% do mix de eletricidade dos EUA. Para atingir a meta de uma rede de eletricidade 100% verde até 2035, precisamos acelerar drasticamente a conexão de novas fontes de eletricidade verde. A Associação de Energia Limpa da América chamou a decisão da FERC de “uma etapa crítica que é um passo fundamental para trazer novas fontes de energia limpa para a rede de maneira previsível e econômica”.