Sob pressão pública, a administração do serviço de streaming de música Spotify concordou em reembolsar aos clientes os fundos gastos na compra do reprodutor automotivo Car Thing. Anteriormente, a empresa anunciou que iria parar de funcionar em 9 de dezembro de 2024, provocando assim uma enorme insatisfação dos usuários e até mesmo uma ação coletiva. Porém, algumas pessoas não querem dinheiro, mas sim a continuidade do funcionamento do aparelho.
O TikTok foi inundado com vídeos de gerações mais jovens expressando insatisfação com as ações do Spotify e com a recomendação da plataforma de usar o Android Auto ou CarPlay em vez do Car Thing. O problema é que muitas vezes eles não têm carros com sistemas avançados de infoentretenimento, e o público-alvo do Car Thing acaba sendo os jovens.
O gadget automotivo não existe há tempo suficiente para estar desatualizado. O Spotify o lançou em fevereiro de 2022 e interrompeu a produção ainda naquele ano, prometendo que o player continuaria funcionando para quem já o comprou. Antes do Car Thing ser colocado à venda, o CEO da plataforma, Daniel Ek, sugeriu que havia demanda pelo player e informou aos investidores que havia mais de 2 milhões de usuários cadastrados na lista de espera. O Spotify não divulgou números oficiais, mas está claro que o produto teve um desempenho inferior ou simplesmente não valia a pena um esforço adicional em um mercado mais difícil.
Mas os proprietários do Car Thing não se importam com os problemas financeiros da empresa – eles querem que o gadget funcione ou que recebam de volta os US$ 90 que gastaram nele. Isto originou uma enxurrada de reclamações através de vários canais: através de chamadas para o suporte técnico ou através das redes sociais. Alguns receberam vários meses de assinatura Premium como compensação, enquanto outros foram recusados. Agora, a administração do Spotify informou ao TechCrunch que introduziu um procedimento de reembolso para o Car Thing, sujeito à apresentação do comprovante de compra pelo consumidor.
Os problemas relacionados ao Car Thing do Spotify ainda não acabaram: em 28 de maio, uma ação coletiva foi movida no Tribunal Distrital do Distrito Sul de Nova York – os demandantes afirmam que a empresa enganou os consumidores ao vender-lhes um produto que logo se tornou obsoleto e não ofereceu reembolsos. Na esteira do descontentamento em massa, outras reclamações contra o Spotify começaram a surgir: a plataforma aumentou os preços no ano passado e pretende aumentá-los ainda mais este ano, e também introduziu uma taxa para acesso às letras das músicas. Por causa da medida mais recente, alguns usuários estão sugerindo abandonar completamente os serviços de streaming.