A maior fabricante de PCs do mundo, que controla quase um quarto do mercado, divulgou os resultados do terceiro trimestre do ano fiscal encerrado em 31 de dezembro. O lucro da Lenovo aumentou 62% ano a ano para um recorde de US$ 640 milhões, enquanto a receita também estabeleceu um novo recorde, de 17% para US$ 20,1 bilhões, impulsionado pela crescente demanda por computadores pessoais de clientes corporativos.
De acordo com representantes da Lenovo citados pela Reuters, o crescimento da demanda por PCs comerciais no último trimestre atingiu o terceiro nível mais alto desde 1998. Os chamados Chromebooks não estão incluídos nesta estatística. Os clientes começaram a comprar laptops e PCs mais caros, usando-os para trabalhos híbridos que combinam o trabalho em casa e no escritório. O deslocamento da demanda para modelos mais caros também pode ser explicado pela estratégia dos fabricantes diante da escassez de componentes – os estoques disponíveis foram direcionados para a produção de configurações mais rentáveis e com maior valor agregado. Os compradores foram forçados a comprar PCs do estoque, e modelos mais caros dominaram as ofertas.
Tais especificidades, de fato, podem explicar a dinâmica da receita da Lenovo. Segundo representantes da empresa, a relevância do trabalho híbrido não diminuirá mesmo após o fim da pandemia. A demanda por PCs se consolidará no nível atual de cerca de 340-350 milhões de unidades por ano, como os analistas da IDC esperam em sua previsão até 2025 inclusive. A escassez de componentes no segundo semestre do ano deve ser significativamente reduzida, segundo representantes da Lenovo. A empresa também não está desistindo do objetivo de dobrar sua margem de lucro líquido em três anos.