A Supermicro anunciou seus resultados financeiros não auditados para o primeiro trimestre do ano fiscal de 2026, que termina em 30 de setembro de 2025. Conforme relatado no relatório preliminar, a receita da empresa foi de US$ 5,02 bilhões, uma queda de US$ 0,9 bilhão, ou 15%, em relação ao ano anterior, e significativamente abaixo de sua própria previsão de US$ 6 bilhões a US$ 7 bilhões. A receita também ficou aquém da estimativa consensual de US$ 6 bilhões dos analistas consultados pela LSEG (segundo a CNBC). De acordo com analistas da Bloomberg, este é o sexto trimestre consecutivo em que os resultados da Supermicro ficam aquém das expectativas de Wall Street.
Quase US$ 1,5 bilhão em receita foi transferido para o próximo trimestre devido a uma atualização de configuração de última hora por um cliente importante, explicou o CEO Charles Liang durante uma teleconferência com analistas após a divulgação dos resultados financeiros, segundo a Reuters. “Essas mudanças se devem principalmente à complexidade dos novos racks de GPUs, que exigem integração, testes e validação complexos, o que aumenta o tempo de aquisição e montagem”, disse Liang.

Fonte da imagem: Supermicro
O lucro ajustado (não-GAAP) por ação também ficou abaixo da projeção da LSEG, atingindo US$ 0,35 contra US$ 0,40, embora ainda US$ 0,07 acima do primeiro trimestre do ano fiscal de 2025. O lucro líquido (GAAP) caiu mais da metade, para US$ 168,29 milhões, ou US$ 0,26 por ação diluída, ante US$ 424,33 milhões, ou US$ 0,67 por ação diluída, no ano anterior.
A margem bruta não-GAAP foi de 9,5%, uma queda de 10 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e de 360 pontos percentuais em relação aos 13,1% registrados no mesmo período do ano anterior. Investidores observaram que esse valor foi significativamente menor do que o de concorrentes de hardware como Dell e HPE, segundo o The Register. Liang atribuiu as baixas margens à necessidade de “desenvolver uma nova plataforma de montagem em rack ultraescalável e otimizada” baseada na NVIDIA GB300. “Precisávamos garantir que estávamos entregando ao cliente o sistema da mais alta qualidade e confiabilidade. É por isso que dedicamos tanto tempo ao lançamento da nossa solução”, disse ele.

O diretor financeiro da Supermicro, David Weigand, afirmou que, às vezes, grandes projetos não progridem conforme o planejado devido à sua complexidade. Além disso, para clientes que enfrentam inúmeros desafios logísticos na preparação de seus data centers, os prazos nem sempre se alinham perfeitamente com os prazos trimestrais. “É por isso que dizemos que, à medida que continuamos a trabalhar com grandes clientes, surgirão situações que estão além do nosso controle”, disse Weigand, observando que a empresa fez progressos significativos, aumentando a receita de US$ 7 bilhões para US$ 22 bilhões nos últimos dois anos.
A apresentação da empresa destacou que as plataformas baseadas em aceleradores de IA agora representam mais de 75% da receita da empresa, evidenciando a mudança estratégica da Supermicro em direção à infraestrutura de computação de alto desempenho. A Supermicro indicou que a expansão do uso de tecnologias de resfriamento líquido, particularmente para ambientes de computação de IA de alta densidade, continua sendo um foco estratégico fundamental.
A empresa planeja atingir uma capacidade de produção de 6.000 racks por mês até o final do ano fiscal de 2026, incluindo 3.000 racks com resfriamento líquido direto (DLC). A Supermicro já comercializa racks de 150 kW, com soluções de 250 kW e 500 kW em desenvolvimento, o que lhe permite atender às crescentes demandas de densidade de energia de seus clientes para sistemas avançados de IA, de acordo com o investing.com.
Para o segundo trimestre do ano fiscal de 2026, a empresa prevê receita entre US$ 10 bilhões e US$ 11 bilhões, acima da estimativa de consenso dos analistas de US$ 7,83 bilhões, segundo a LSEG. A empresa também prevê lucro diluído ajustado por ação entre US$ 0,46 e US$ 0,54. A Supermicro também aumentou sua projeção de crescimento.A previsão de receita da empresa para o ano fiscal de 2026 foi elevada para US$ 36 bilhões, acima da previsão anterior de US$ 33 bilhões.
Os investidores reagiram negativamente ao fato de a empresa não ter atingido as metas de lucro, apesar da revisão para cima da projeção para o ano. As ações caíram 6,4% durante o pregão e mais 4,12% após o fechamento, refletindo preocupações sobre a capacidade da empresa de atender às expectativas de curto prazo, segundo o investing.com. A publicação também observou uma diferença significativa entre os resultados do primeiro trimestre e a projeção para o segundo trimestre, indicando possíveis problemas de execução ou decisões intempestivas durante grandes implantações em clientes.
Se você notar algum erro, selecione-o com o mouse e pressione CTRL+ENTER. | Você consegue escrever um melhor? Ficaremos felizes em receber seu feedback.
Fonte:
