Já faz alguns meses que os principais desenvolvedores americanos de sistemas de inteligência artificial vêm falando sobre a criação de agentes de IA complexos, capazes de executar determinadas tarefas em nome do usuário. Um projeto chinês pouco conhecido, o Manus AI, afirma ter conseguido superar seus concorrentes estrangeiros, relata a Bloomberg.

Fonte da imagem: manus.im

Na semana passada, a Manus revelou um agente de IA universal, um serviço que analisa currículos, cria itinerários de viagem e analisa as condições do mercado de ações sob comando do usuário. Segundo alguns critérios, esse serviço tem melhor desempenho que o OpenAI Deep Research, afirma a empresa chinesa. Embora os atuais agentes de IA ainda exijam uma presença significativa do usuário, o sistema Manus é “verdadeiramente autônomo”, disse o cientista-chefe do projeto, Yichao Ji. O vídeo colorido de demonstração da empresa rapidamente se tornou viral, criando um frenesi de demanda por convites para testar o serviço. A Manus foi comparada à DeepSeek, outra startup chinesa que lançou um modelo de IA em janeiro que poderia competir com as principais soluções americanas. Agora, Manus levantou questões sobre a liderança dos EUA em IA e em uma categoria de produtos que as empresas americanas consideram fundamental.

As primeiras críticas ao agente de IA Manus foram mistas. O professor Derya Unutmaz, pesquisador na área de imunoterapia em oncologia, elogiou o sistema pela alta qualidade de seus resultados, mas observou que ele processava tarefas mais lentamente do que o OpenAI Deep Research. Ele não é o único que reclamou da velocidade: muitos notaram que o serviço funciona lentamente e frequentemente trava antes de concluir uma tarefa. Os recursos computacionais limitados da empresa podem ser os culpados. Em alguns casos, erros factuais também são observados nas respostas do agente de IA. “Na realidade, o Manus é apenas um produto inacabado”, diz Yiran Chen, um professor americano de engenharia elétrica e de computação que experimentou o serviço. A arquitetura do sistema ainda é desconhecida, e não está claro até que ponto ele usa modelos de outros desenvolvedores de IA, já que criar seu próprio modelo custaria à empresa dezenas de milhões de dólares.

A empresa por trás do projeto Manus, Butterfly Effect, arrecadou mais de US$ 10 milhões em investimentos, relataram vários meios de comunicação chineses. Ao contrário do DeepSeek, a startup Manus não publicou documentação detalhada nem explicou como o agente foi desenvolvido. Nem o código de serviço nem os pesos dos modelos de IA foram publicados. O usuário do serviço pode escolher entre o modo padrão e o modo “alto esforço” – no último caso, as solicitações são processadas mais lentamente. Manus “cria uma lista de tarefas, percorre as etapas uma por uma, corrige quaisquer problemas que surjam, faz perguntas se novos comandos são necessários” e então retorna a resposta, disse o fundador da OmniEdge, Yong Qian, sobre como o sistema funciona.

Agentes de IA agora estão sendo desenvolvidos pela OpenAI, Anthropic e outras empresas do setor. Esses sistemas ficam online, exploram fontes online e executam diversas tarefas de várias etapas. Os primeiros usuários do Manus acreditam que o sistema chinês é bastante capaz de competir com os presentes no mercado.

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