O CEO da Anthropic insinuou sutilmente que a OpenAI está trabalhando com o princípio de “Só vivemos uma vez” — e assumindo riscos demais (3DNews).

Representantes das principais startups de IA estão sendo questionados sobre uma possível bolha no setor, e o fundador da Anthropic, Dario Amodei, não escapou dessa crítica durante o DealBook Summit do The New York Times. De forma bastante cautelosa, ele insinuou que a OpenAI e sua liderança não estão sendo totalmente prudentes nesse sentido.

Fonte da imagem: Evan-Marie Petit Photography

Amodei, que anteriormente ocupou um cargo de liderança na OpenAI, defendeu a separação das avaliações do risco de uma bolha em aspectos tecnológicos e econômicos. Embora o primeiro, em sua opinião, seja aceitável, o segundo poderia gerar preocupações sobre a sobrevivência de alguns participantes do mercado. “Há alguns players que são guiados pelo princípio ‘só se vive uma vez'”, explicou o ex-funcionário da OpenAI diplomaticamente.

O CEO da Anthropic então insinuou que, se alguém se basear constantemente nesse princípio e demonstrar uma “predileção por grandes números”, poderá acabar “elevando demais o nível”. Em seu discurso, Amodei, no entanto, nunca mencionou diretamente seu ex-colega Sam Altman, que dirige a OpenAI.

Ao discutir o esquema de financiamento em anel, o CEO da Anthropic foi forçado a admitir que sua empresa também está envolvida, mas de forma cautelosa e não na mesma escala que alguns outros players do mercado. Especificamente, ele explicou que, ao levantar US$ 10 bilhões para construir um data center de 1 GW, a empresa espera eventualmente reembolsar os investidores usando uma parte dos recursos. Amodei também insinuou que o compromisso declarado da OpenAI de aumentar a receita para US$ 200 bilhões por ano até 2028 lhe parece muito ambicioso e irrealista.

O próprio CEO da Anthropic usa o termo “cone de incerteza” para descrever essa situação. Nos últimos três anos, a receita da empresa cresceu exponencialmente a cada ano. Em 2023, passou de zero para US$ 100 milhões, depois aumentou para US$ 1 milhão em 2024 e, até o final deste ano, poderá atingir US$ 1 milhão.A meta é atingir US$ 10 bilhões. No entanto, a administração da startup não está confiante de que a receita aumentará para US$ 20 bilhões ou US$ 50 bilhões no próximo ano. Nesta fase, disse Amodei, há muita incerteza, e o excesso de confiança de outros participantes do mercado o preocupa.

A construção de data centers leva pelo menos dois anos. Decisões sobre projetos com conclusão prevista para 2027 precisam ser tomadas agora. Se construírem muito pouco, os clientes migrarão para a concorrência. Se construírem demais, correm o risco de falência. Nesse sentido, a Anthropic precisa encontrar um nível de investimento que mantenha os riscos dentro de limites razoáveis. Como a startup se especializa no segmento corporativo, seus lucros são maiores e seus fluxos de receita são mais previsíveis do que os do setor de consumo, e essa vantagem é, de certa forma, reconfortante para a administração da Anthropic. “Não precisamos emitir nenhum alerta”, disse Amodei, destacando uma decisão recente da concorrente OpenAI.

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