Adolescentes de 13 a 17 anos têm recorrido cada vez mais a chatbots com inteligência artificial em busca de ajuda psicológica. Eles simplesmente não veem outra opção, já que a lista de espera para um psicólogo de verdade pode chegar a um ou dois anos, e o apoio desses profissionais nem sempre está disponível, segundo reportagem do The Guardian.

Fonte da imagem: Solen Feyissa / unsplash.com

Uma jovem chamada Shan recorreu ao ChatGPT em busca de apoio após o assassinato de dois amigos. Ela já havia procurado ajuda psicológica tradicional, mas notou diversas vantagens importantes do chatbot: sentiu-se mais segura, menos intimidada e mais acessível do que com uma pessoa real. “Definitivamente, considero-o um amigo”, disse ela. O exemplo de Shan já foi seguido por aproximadamente 40% dos jovens de 13 a 17 anos na Inglaterra e no País de Gales que sofreram violência juvenil. Esses são os resultados de uma pesquisa com 11.000 participantes, conduzida por especialistas da organização independente Youth Endowment Fund.

Os chatbots provaram ser capazes de suprir a demanda criada pela inadequação dos serviços tradicionais de saúde mental, que enfrentam longas listas de espera, e alguns adolescentes não recebem a empatia necessária de psicólogos profissionais. Os chatbots com inteligência artificial também oferecem privacidade e são usados ​​não apenas por vítimas de violência, mas também por autores de crimes. Os jovens veem os chatbots como amigos: só no ano passado, um em cada quatro adolescentes entre 13 e 17 anos os contatou, sendo que crianças negras se comunicaram com IA duas vezes mais frequentemente do que crianças brancas. Alguns recorrem aos chatbots mesmo recebendo apoio de psicólogos.

Os adolescentes valorizam o fato de a IA estar disponível para comunicação 24 horas por dia, 7 dias por semana, e de não revelar o conteúdo de suas conversas a professores, pais ou à polícia; no entanto, o conteúdo das conversas com psicólogos às vezes é compartilhado até mesmo com familiares.Gangues de rua. Um chatbot pode fornecer uma resposta imediata, enquanto esperar um ou dois anos para consultar um psicólogo pode ser uma tarefa assustadora. Especialistas apontam que o ChatGPT foi repetidamente flagrado apoiando alegações delirantes de usuários com instabilidade mental; no entanto, a OpenAI, empresa responsável pelo serviço, afirma estar trabalhando para melhorar a segurança do chatbot. A escolha de uma fonte de apoio psicológico deve permanecer a cargo dos próprios adolescentes, ressaltam os cientistas, mas é necessário “fortalecer as regulamentações, embasadas em evidências científicas e levando em consideração as necessidades dos jovens”.

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