Energia alternativa, computação de alto desempenho e transporte elétrico exigem novos materiais para manter seu progresso. As autoridades da UE pretendem encontrar pontos de contacto mutuamente benéficos com o Japão no domínio da ciência dos materiais e propõem criar condições para a cooperação no domínio da investigação especializada entre as duas regiões.
A agência Nikkei tomou conhecimento disto através das palavras de Iliana Ivanova, Comissária Europeia para a Inovação e Investigação. Em muitos aspectos, esta iniciativa visa aumentar a soberania da União Europeia e do Japão em termos de acesso a fontes de matérias-primas, uma vez que na mesma indústria do transporte eléctrico as regiões são fortemente dependentes da China, que fornece uma parte significativa de produtos raros elementos da terra para o mercado mundial. Estas últimas são, entre outras coisas, utilizadas na produção de baterias de tração de íons de lítio para veículos elétricos.
Segundo o responsável europeu, o Japão e a UE continuam a liderar em termos do número de inovações no campo da ciência dos materiais. Em 2020, foram investidos quase 20 mil milhões de euros nesta área na Europa; os investimentos japoneses nesta área ascenderam a 14 mil milhões de euros. Ambos os lados poderiam estabelecer uma cooperação mutuamente benéfica nesta área da ciência e trocar informações. A iniciativa recebeu até agora a designação temporária de “Diálogo sobre Materiais Avançados”; envolve a interação de institutos de pesquisa na Europa e no Japão. As áreas de cooperação abrangerão a energia, os transportes, a construção e a eletrónica.
Uma das áreas promissoras será o desenvolvimento conjunto de baterias de iões de sódio, que não só são mais baratas de produzir do que as tradicionais baterias de iões de lítio, como também não contêm metais de terras raras fornecidos pela China. Reduzir a dependência da Europa e do Japão da China em matérias-primas é um dos principais objetivos da iniciativa proposta. Outra área diz respeito ao aumento da eficiência dos painéis solares, uma vez que a Europa está muito interessada na transição para fontes de energia renováveis, e agora a posição dos fornecedores chineses é forte nesta área. O Japão e a UE também estão prontos para contribuir para a formação de padrões industriais no campo da ciência dos materiais.