Embora não seja o vizinho mais próximo da Terra, Marte há muito tempo atrai a atenção dos cientistas, pois estudar sua história nos permite compreender melhor os processos que ocorrem no Sistema Solar e prever o futuro da própria Terra. Cientistas chineses conseguiram provar pela primeira vez que Marte possui um núcleo sólido, e tal descoberta se torna a segunda consecutiva para os planetas do Sistema Solar, incluindo a Terra.
Fonte da imagem: CCTV
Como explica o Global Times, foi somente em 1936 que se provou que a Terra possuía um núcleo interno, mas somente cinquenta anos depois foi possível confirmar que ele era sólido. No caso de Marte, a primeira evidência do núcleo sólido do planeta foi obtida por dois professores da Universidade de Ciência e Tecnologia da China: Sun Daoyuan e Mao Zhu. Ao monitorar a atividade sísmica na superfície de Marte usando sensores da sonda americana InSight, cientistas chineses conseguiram identificar fases que indicam a natureza do núcleo do Planeta Vermelho.
Eles concluíram que o núcleo de Marte tem uma estrutura em camadas: um núcleo sólido com cerca de 600 km de diâmetro é circundado por um núcleo líquido. O primeiro consiste em compostos cristalinos de ferro e níquel com a adição de elementos químicos mais leves. O núcleo do planeta contém de 12% a 16% de enxofre, de 6,7% a 9% de oxigênio e até 3,8% de carbono. A parte sólida do núcleo de Marte ocupa cerca de um quinto do raio do planeta. Se os tamanhos da Terra e de Marte fossem colocados na mesma escala, seus núcleos internos ocupariam porções aproximadamente comparáveis de seu volume interno. No geral, essa semelhança permite aos cientistas compreender a evolução das propriedades sísmicas dos planetas do sistema solar e prever melhor o futuro da Terra.