Dois processos foram movidos contra a SpaceX por ex-funcionários, acusando a empresa aeroespacial de negligenciar questões de segurança, relata o TechCrunch.
Fonte da imagem: SpaceX
Robert Markert, supervisor da SpaceX por mais de 13 anos, afirmou no processo que foi demitido após alertar a gerência sobre o risco de ferimentos graves ou morte durante o trabalho na carenagem de um foguete. Ele alega que seus alertas foram ignorados porque o processo utilizado era considerado “mais econômico”.
De acordo com Markert, a empresa frequentemente exigia que os técnicos trabalhassem de 15 a 20 dias seguidos sem folga, e quando ele reclamava, a gerência respondia: “O cronograma vem em primeiro lugar”. O regime de trabalho extenuante, combinado com altos níveis de estresse, levava a lesões que os funcionários tinham medo de relatar.
Markert também disse no processo que, quando sugeriu priorizar o treinamento e a certificação dos funcionários, lhe disseram: “Não há tempo para isso e a empresa não gastará dinheiro com isso”.
Um segundo processo, movido pelo encanador da SpaceX, David Lavalle, alega que ele foi demitido após entrar com um pedido de indenização por múltiplos acidentes de trabalho, alguns dos quais ele não divulgou por medo de represálias. Lavalle, de 60 anos, ingressou na empresa em 2014. No processo, ele afirmou ter participado de uma onda de demissões de funcionários mais antigos, impulsionada em parte por Scott Hiler, de 28 anos, que foi contratado como gerente sênior no final do ano passado.
Foi relatado anteriormente que a SpaceX ultrapassou seus concorrentes em termos de acidentes de trabalho em 2024. De acordo com a Administração de Segurança e Saúde Ocupacional dos EUA (OSHA), seu complexo Starbase no Texas registrou uma taxa de acidentes de 4,27 por 100 trabalhadores — quase três vezes a média da indústria aeroespacial dos EUA de 1,6.
Quanto ao processo de Robert Markert, a OSHA diz que as operações de recuperação de carenagens de foguetes da SpaceX têm a maior taxa de ferimentos de todas as unidades de fabricação da empresa, com 7,6 ferimentos por 100 funcionários na Costa Oeste.