Pesquisas realizadas por cientistas americanos demonstraram que até mesmo ferramentas de diagnóstico relativamente primitivas, como dados de ECG de derivação única obtidos pelo Apple Watch, permitem que sistemas de IA identifiquem com precisão anomalias graves na saúde cardiovascular dos pacientes.
Os autores do estudo, cujos resultados foram publicados no encontro científico anual de cardiologistas em Nova Orleans, estão convencidos de que suas descobertas têm o potencial de mudar radicalmente o cenário da detecção de patologias cardíacas na sociedade. A vantagem desse método é seu amplo alcance, já que muitas pessoas usam smartwatches, o que possibilita o diagnóstico precoce de condições cardiovasculares potencialmente perigosas.
Os dados obtidos pelo Apple Watch já permitem o diagnóstico de fibrilação atrial e arritmia cardíaca. Em seu estudo, os cientistas utilizaram como referência dados de 110.006 pacientes que se submeteram a um exame mais completo com ECG de 12 derivações entre 2015 e 2023. Com esses dados, a inteligência artificial desenvolveu um algoritmo para detectar anormalidades cardíacas, que foi testado em mais de 45.000 pacientes. Os algoritmos foram treinados para detectar condições perigosas com base em dados diagnósticos simples, como um ECG obtido por um smartwatch.
O experimento, que envolveu 600 pacientes, consistiu no monitoramento da saúde deles utilizando tanto um ECG em um Apple Watch quanto um equipamento de ultrassom profissional. O algoritmo foi capaz de detectar anormalidades cardíacas em 86% dos casos.sistemas baseados em dados de relógios inteligentes. A precisão na exclusão desses diagnósticos atingiu 99%. Embora a amostra de 600 pessoas certamente não seja representativa, os resultados obtidos dão esperança de que o desenvolvimento de tais métodos diagnósticos melhore a precisão do diagnóstico cardíaco usando ferramentas facilmente disponíveis.
