O DNA é um meio de armazenamento muito mais denso do que qualquer coisa que os humanos tenham criado, mas o problema é que o meio de armazenamento é extremamente frágil. Para resolver esse problema, os cientistas decidiram aproveitar mais uma conquista da natureza e criaram um âmbar artificial que pode proteger por muito tempo os dados armazenados no DNA.

Fonte da imagem: news.mit.edu

Um grama de DNA pode armazenar até 215 PB (215 milhões de gigabytes) de dados – o tamanho de uma caixa de sapatos, o suficiente para toda a Internet. Isto levou os cientistas a começar a experimentar o registo de dados no ADN e depois a lê-los, mas também é necessário garantir a sua segurança. Por isso, pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA) criaram uma espécie de âmbar artificial que pode fornecer proteção ao DNA por um longo tempo, bem como posterior leitura de dados. É um material termoendurecível – quando aquecido, torna-se um sólido vítreo e, se necessário, decompõe-se quando exposto a compostos químicos.

Os cientistas criaram uma mistura de monômeros que formam complexos esféricos de DNA por dentro e possuem uma camada repelente de água por fora – isso é necessário porque a umidade pode danificar o DNA. A mistura aquece e forma um bloco vítreo, e o DNA com os dados armazenados permanece dentro. Quando há necessidade de leitura desses dados, o âmbar artificial é exposto à cisteamina, substância que o destrói. Depois disso, é aplicado um detergente chamado SDS, que separa o DNA sem danificá-lo. A tecnologia recebeu o nome de T-REX (Xeropreservação Reforçada por Termofixo).

Em testes, os cientistas usaram com sucesso a tecnologia T-REX para armazenar sequências de DNA de vários comprimentos em temperaturas de até 75°C. Para as sequências de teste, eles gravaram a Proclamação de Emancipação de Abraham Lincoln, o logotipo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e a música tema do Jurassic Park. Quando o DNA foi extraído e sequenciado, nenhum erro foi encontrado. O processo do T-REX atualmente requer várias horas e os cientistas dizem que pode ser otimizado. É pouco provável que o armazenamento baseado em ADN chegue aos computadores de consumo, mas poderá ser útil para o armazenamento de dados de arquivo a longo prazo.

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