As autoridades norte-americanas começaram a recomendar às empresas norte-americanas que não negociassem com a fabricante chinesa SMIC em setembro, mas esta ainda não foi incluída formalmente na lista de sanções. Para Donald Trump, a etapa correspondente pode se tornar um “acorde de desmobilização”, o que complicará ainda mais a relação entre os dois países.
A Reuters relatou isso com referência a fontes bem informadas. A lista de empresas suspeitas de ter vínculos com militares e estruturas governamentais chinesas já inclui 31 pessoas jurídicas, e em breve poderá ser reabastecida por mais quatro. A SMIC, maior fabricante chinesa contratada de componentes semicondutores, que já domina a tecnologia de processo de 14 nm, pode estar oficialmente entre as novas pessoas na lista. As sanções dos EUA já cortaram o acesso da SMIC a equipamentos e softwares litográficos modernos, e os clientes estrangeiros começaram a transferir seus pedidos para as transportadoras dos concorrentes.
A nova iniciativa das autoridades americanas implica também que, a partir de novembro do próximo ano, os investidores americanos não poderão adquirir participações em empresas chinesas que constam da lista de sanções. Representantes da SMIC negaram repetidamente sua conexão com o cumprimento de pedidos para o setor de defesa chinês. As empresas chinesas também perderão o acesso ao mercado de capitais dos Estados Unidos em decorrência de outras restrições relacionadas às normas de auditoria contábil, portanto, as novas que contribuem para esse fator não sofrerão alterações. Emissores locais já começaram a levantar fundos para seu desenvolvimento, colocando ações nas bolsas de valores chinesas; as agências governamentais chinesas frequentemente participam desses eventos.
Na semana passada, a Reuters informou que o governo Trump está pronto para incluir mais 89 empresas chinesas na lista de sanções, principalmente relacionadas à indústria aeroespacial. É óbvio que os Estados Unidos estão tentando restringir o acesso da China a tecnologias americanas avançadas, não apenas no campo da eletrônica, mas também na indústria aeroespacial. Se a pressão sobre a RPC será aliviada sob o presidente Biden é uma grande questão.