A chinesa SMIC, especializada na fabricação sob contrato de componentes semicondutores, é líder no segmento no mercado nacional, mas não se perde no mundo. Uma nova rodada de sanções dos EUA proíbe os investidores americanos de investirem na SMIC e em várias outras empresas chinesas.
Ainda no último trimestre, surgiram as primeiras menções a cartas de departamentos americanos relevantes, recomendando aos importadores americanos que se abstivessem de fazer negócios com a empresa chinesa SMIC. Este último é censurado pelas autoridades americanas por servir os interesses do setor de defesa chinês, o que ela própria nega de todas as formas possíveis. De acordo com relatos da mídia asiática, tais medidas já forçaram muitos dos clientes estrangeiros da SMIC a transferir seus pedidos para a TSMC e outros concorrentes.
Agora, a Reuters relata que o presidente Trump assinou um decreto que adiciona à lista de sanções as empresas chinesas SMIC, China Construction Technology, China International Engineering Consulting e China National Offshore Oil Corp. Este último é especializado na extração de combustíveis hidrocarbonetos, sendo um grande player no mercado local. O decreto entra em vigor em 11 de janeiro, após o qual todos os investidores americanos perderão o direito de possuir títulos de empresas listadas, e serão obrigados a se desfazer dos ativos existentes até novembro de 2021.
Alguns fundos de investimento norte-americanos possuem aproximadamente 4% das ações da SMIC, portanto, seus interesses serão afetados pelo novo decreto. A SMIC deixou as bolsas de valores dos EUA no ano passado, está lá desde 2004, mas mudou-se recentemente para Xangai e Hong Kong. No último dos sites, suas ações foram temporariamente excluídas das negociações hoje, mas a taxa conseguiu cair alguns por cento. Representantes da SMIC disseram estar cientes das ações das autoridades americanas e ainda estão tentando avaliar o impacto das novas restrições em seus negócios.
Uma iniciativa legislativa separada das autoridades norte-americanas visa excluir das listas de cotações das bolsas americanas as empresas chinesas que não podem garantir que seus sistemas contábeis cumpram os requisitos das leis americanas. Conforme observado anteriormente, as contradições irreparáveis nas regras contábeis existentes nos Estados Unidos e na China forçarão todos os emissores chineses a deixar as bolsas de valores americanas.