A China está pressionando por uma flexibilização das restrições de exportação dos EUA para memória de alto desempenho (HBM) como parte das negociações comerciais com os EUA que podem preceder uma possível reunião entre os presidentes Xi Jinping e Donald Trump.











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Uma delegação chinesa liderada pelo vice-premiê He Lifeng levantou a questão da suspensão das restrições ao HBM três vezes em conversas com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, nos últimos três meses, informou o Financial Times, citando fontes não identificadas familiarizadas com as discussões. Pequim considera as medidas cruciais para o desenvolvimento de sua própria tecnologia de IA, especialmente para a Huawei e a SMIC, cujas capacidades foram severamente prejudicadas pela proibição de exportação de HBM do governo Biden, que proibiu chips avançados de IA em 2022 e o HBM em 2024.
As restrições à HBM, conforme observado por aqueles envolvidos nas discussões do governo dos EUA, foram previamente identificadas pela Casa Branca de Biden como o “obstáculo mais significativo” à produção em massa de chips de IA na China. Gregory Allen, especialista em IA do think tank CSIS, destacou que a HBM representa cerca de metade do custo de chips de IA avançados e é um elemento-chave de seu design. Permitir que chips HBM mais avançados cheguem à China, disse ele, ajudaria efetivamente a Huawei a construir alternativas competitivas aos produtos da Nvidia. Outra pessoa envolvida nas discussões do governo dos EUA alertou que a suspensão dos controles seria um presente para a Huawei e a SMIC, e poderia permitir que elas produzissem milhões de chips de IA por ano, desviando componentes escassos do mercado americano.
A China também utiliza a HBM para montar chips cujos componentes lógicos, segundo autoridades americanas, foram obtidos pela empresa chinesa SophGo, em violação às leis de exportação americanas, da fabricante de chips taiwanesa TSMC. Uma fonte chamou a HBM de um “grande gargalo” na produção de chips de IA, onde memória e lógica são combinadas em um único módulo.
Ao mesmo tempo, o Departamento de Comércio dos EUA foi instruído a suspender novas restrições à exportação contra a China, de acordo com o Financial Times. Isso aumentou as preocupações em Washington, especialmente após a decisão de Trump, em julho, de suspender a proibição de vendas de chips H20, uma variante desenvolvida pela Nvidia especificamente para o mercado chinês após o bloqueio de chips mais potentes. Na sexta-feira, também foi noticiado que os EUA aprovaram licenças de exportação para o H20 logo após o encontro do CEO da Nvidia, Jensen Huang, com Trump.
A Embaixada da China nos Estados Unidos se recusou a comentar diretamente sobre a questão da HBM, mas afirmou que Washington estava “abusando dos controles de exportação para reprimir a China, prejudicando seriamente os direitos legítimos das empresas chinesas”. Isso também alimentou pedidos por uma supervisão mais rigorosa. O presidente do Comitê de Assuntos da China da Câmara, John Moolenaar, afirmou que a escala de chips avançados de IA contrabandeados para a China e usados para contornar restrições exige uma ação mais enérgica do Departamento de Indústria e Segurança (BIS) do Departamento de Comércio e da própria Nvidia. Ele também observou que as empresas chinesas estão promovendo ativamente versões para jogos dos chips 4090D e 5090D como adequadas para o treinamento de modelos de IA, embora a Nvidia não os comercialize oficialmente para tais tarefas.
A Nvidia respondeu afirmando que o governo dos EUA confirmou oficialmente que as placas de vídeo para jogos vendidas na China não exigem licenças de exportação. A empresa enfatizou que esses produtos são destinados exclusivamente a consumidores, jogadores e usuários acadêmicos, e que sua venda está em conformidade com todas as leis de exportação.
O 3DNews relatou anteriormente que, entre abril e junho, empresas chinesas conseguiram obter ilegalmente chips da Nvidia no valor de cerca de US$ 1 bilhão, o que levantou preocupações entre os reguladores dos EUA e aumentou a pressão sobre o ecossistema de exportação de alta tecnologia.
