As vendas do headset de realidade virtual Apple Vision Pro ficaram abaixo do esperado e os desenvolvedores não têm pressa em criar aplicativos para o dispositivo. Surgiu um círculo vicioso: os usuários não compram o fone de ouvido devido ao pequeno número de aplicativos e os desenvolvedores não criam aplicativos devido às baixas vendas.

Fonte da imagem (captura de tela do vídeo): wsj.com

Novos aplicativos para Vision Pro são lançados com cada vez menos frequência, a partir do momento em que o dispositivo foi lançado. De acordo com o The Wall Street Journal, apenas 10 novos aplicativos foram adicionados à Vision App Store em setembro, o que é significativamente menos do que nos primeiros meses após o lançamento. De acordo com a empresa de análise Appfigures, existem atualmente cerca de 1.770 aplicativos na loja, mas apenas 34% deles foram desenvolvidos especificamente para este fone de ouvido. O restante são versões personalizadas de produtos Apple existentes com funcionalidades adicionais para Vision Pro.

De acordo com Bertrand Nepveu, ex-funcionário da Apple e investidor na Triptyq Capital, “É um problema clássico do ovo e da galinha”. Ele e outros desenvolvedores acreditam que a Apple deveria financiar os criadores de aplicativos para incentivá-los a adaptar aplicativos existentes de outros fones de ouvido ou desenvolver novos. Aliás, essa prática já é utilizada por outros fabricantes. Por exemplo, Meta✴ apoia ativamente os desenvolvedores e até compra algumas empresas. Curiosamente, a Meta✴, principal concorrente da Apple no mercado de fones de ouvido, já detém 74% do mercado no segundo trimestre deste ano. E em setembro, lançou um novo headset, o Quest 3S, que poderá atrair ainda mais usuários devido ao seu preço mais acessível de US$ 300.

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A Apple não divulga os números de vendas do Vision Pro, mas analistas dizem que ficaram abaixo do esperado. A empresa reduziu as remessas do Vision Pro no primeiro ano de 700.000 para 400.000 unidades, e as vendas caíram 80% no segundo semestre de 2024 em comparação com o primeiro trimestre, de acordo com o The Wall Street Journal.

Os preços de revenda do Vision Pro também caíram nos últimos meses. O preço médio de revenda da versão básica do Vision Pro foi de US$ 2.494 em setembro, acima dos US$ 2.710 de agosto no Swappa, um mercado para compra e venda de produtos de tecnologia usados.

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É importante notar que, por exemplo, para headsets de realidade virtual Meta✴ Quest, o tipo de aplicativo mais popular são os jogos. A Apple, por outro lado, posiciona o Vision Pro como um dispositivo mais amplo para trabalho, saúde e entretenimento. Em vez de se concentrar nos controladores necessários para a maioria dos jogos, o Vision Pro usa apenas rastreamento manual e ocular para permitir que os usuários interajam com o software, o que é uma barreira para a criação de jogos.

Enquanto isso, muitos desenvolvedores estão aguardando o modelo Vision Pro, mais acessível, que deverá ser lançado no próximo ano. Presumivelmente, este modelo não terá EyeSight e terá um preço inicial de US$ 2.000. Lembramos que o preço da versão atual do fone de ouvido é de US$ 3.500, o que o torna pouco atrativo para o grande consumidor e atrapalha as vendas.

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