Há quase um ano, a empresa chinesa DJI entrou com uma ação judicial na Justiça Federal dos EUA contra o Departamento de Defesa dos EUA, que considerou os vínculos da empresa com as autoridades chinesas, criando condições para restringir as importações de seus produtos para o mercado americano. Foi anunciado recentemente que a fabricante chinesa perdeu o caso na Justiça americana.

Fonte da imagem: DJI

Os problemas da DJI no mercado americano começaram em 2022, quando o Departamento de Defesa dos EUA a adicionou a uma “lista negra” de empresas supostamente controladas pelo governo chinês e que cumpriam seus contratos de defesa. As tentativas da DJI de obter uma auditoria nos EUA, em meio a uma mudança de governo e ao surgimento de prioridades mais urgentes, também não tiveram sucesso, e agora a situação foi agravada por uma decisão judicial americana favorável ao Pentágono.

Como observa o The Verge, embora o Juiz Distrital Paul Friedman não tenha encontrado fundamentos para concluir que a DJI é indiretamente controlada pelo Partido Comunista Chinês, ele decidiu no caso que o Pentágono tem o direito de determinar quais empresas podem ser incluídas na lista de empresas suspeitas de terem vínculos com o complexo militar-industrial chinês.

O tribunal encontrou fundamentos suficientes para reconhecer o apoio da DJI ao governo chinês, estabelecendo assim que a empresa participa de uma “parceria civil-militar”, com uma participação não especificada na fabricante de drones detida pela Chengtong, empresa apoiada pelo Estado. Este primeiro fundamento, por si só, foi suficiente para incluir a DJI na lista de empresas chinesas que apoiam o complexo de defesa nacional.

Ao mesmo tempo, o tribunal rejeitou diversos argumentos das Forças Armadas dos EUA, observando especificamente que elas haviam confundido as designações de duas zonas industriais na China em sua tentativa de provar que a construção da DJI foi realizada sob o controle e apoio do governo chinês. O tribunal decidiu que o fornecimento de subsídios pelo governo chinês para as necessidades da DJI já constituíamotivos suficientes para o Departamento de Defesa dos EUA considerar a empresa “militar”.

A DJI tentou refutar esses argumentos, citando atributos semelhantes das divisões chinesas da Volkswagen e da Nokia, mas o juiz decidiu que o Departamento de Defesa dos EUA tem a autoridade necessária para classificar certas empresas chinesas como contratadas de defesa. Em dezembro, a DJI enfrenta uma proibição total de importação de drones de nível comercial para os EUA, e algumas remessas de drones para o consumidor já estão sendo bloqueadas pela alfândega. Representantes da DJI expressaram satisfação com a capacidade do tribunal de rejeitar alguns dos argumentos do Pentágono, mas ficaram decepcionados com a continuidade do status da empresa na jurisdição dos EUA, que impõe restrições às suas operações no país. A resposta legal da DJI a essa decisão ainda está em discussão.

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