As entregas globais de veículos elétricos da Tesla vêm caindo há dois trimestres consecutivos, mesmo na China, onde o crescimento já vinha sendo observado há três trimestres. Em termos financeiros, os resultados do segundo trimestre da Tesla também foram decepcionantes: a receita caiu 12% e o lucro líquido, até 16%.

Fonte da imagem: Tesla
Conforme observado na versão completa do relatório trimestral, a Tesla lucrou US$ 22,5 bilhões no segundo trimestre, enquanto o lucro líquido ficou limitado a US$ 1,17 bilhão. Ao mesmo tempo, os analistas esperavam uma receita de US$ 22,3 bilhões, então a realidade acabou sendo um pouco melhor do que o esperado, embora, do ponto de vista do lucro, essa afirmação seja injusta. A receita da Tesla no segmento de veículos elétricos diminuiu 16,6% ano a ano, para US$ 16,6 bilhões. Tradicionalmente, a empresa era apoiada pelos chamados empréstimos regulatórios, com a venda dos quais arrecadou US$ 439 milhões para concorrentes no final do trimestre. No futuro, a Tesla provavelmente não poderá contar com essas fontes de receita, já que o atual governo dos EUA pretende reformar a legislação nessa área. De qualquer forma, os empréstimos regulatórios renderam à Tesla 51% menos fundos no último trimestre do que no ano anterior, então essa fonte de lucro está se esgotando por outros motivos.
As entregas de veículos elétricos da Tesla no segundo trimestre caíram 14% em relação ao ano anterior, para 384.122 unidades. O lucro operacional da empresa caiu 42%, para menos de US$ 1 bilhão, com os notórios empréstimos regulatórios respondendo por quase metade desse valor. É claro que, sem esse item de receita, a empresa terá que se contentar com um lucro operacional ainda menor. Com tudo isso, a Tesla encerrou o segundo trimestre com US$ 36,8 bilhões em caixa livre, tendo perdido apenas US$ 200 milhões no período. O fluxo de caixa livre da empresa caiu para US$ 100 milhões, e alguns analistas agora esperam que ele fique negativo este ano. A margem de lucro operacional da Tesla no segmento automotivo no segundo trimestre foi de 14,96%, acima do esperado pelos analistas.
O próprio Elon Musk reconheceu que o cancelamento do programa de crédito regulatório prejudicará a receita da Tesla, mas expressou a esperança de que, a partir do próximo ano, os serviços de robotáxi e a receita com a venda de software de piloto automático se tornem uma nova fonte de receita para a empresa. No entanto, em geral, a economia da Tesla melhorará mais perto do final do próximo ano, como prevê o presidente da empresa.
Em seu evento trimestral, a Tesla reconheceu que havia construído as primeiras unidades do modelo mais acessível em junho deste ano, com a produção em massa prevista para começar no segundo semestre de 2025. Vale lembrar que a Tesla abandonou a ideia de um modelo completamente novo de carro elétrico mais acessível há algum tempo, e agora esse papel será desempenhado por um Model 3 ou Model Y significativamente redesenhado. O CFO da empresa, Vaibhav Taneja, enfatizou que o ritmo de produção do novo modelo será menor do que o esperado, mas a produção começará no trimestre atual. A administração da Tesla se absteve de publicar uma previsão revisada para o volume de entregas de veículos elétricos para todo o ano atual. Musk brincou sobre o surgimento do novo modelo acessível, dizendo que “será apenas um Model Y”.
Em outras notícias, a diretoria da Tesla afirmou que espera iniciar a produção em massa dos robotáxis Cybercab e dos caminhões Semi em 2026. Quanto aos planos para desenvolver o serviço de robotáxi, Musk afirmou que, até o final deste ano, cerca de metade da população dos EUA poderá utilizar esses serviços. Além do Texas, a empresa espera receber aprovação para operar robotáxis na Califórnia, Nevada, Arizona, Flórida e outros locais. Fora dos EUA, a empresa pretende obter autorização para operar seus carros autônomos na Holanda.
