Duas grandes montadoras japonesas, Honda Motor e Nissan Motor, não conseguiram chegar a um acordo sobre uma fusão para formar a terceira maior empresa do mundo, mas, tendo concluído as negociações sobre o assunto, elas não abandonaram a cooperação estratégica no desenvolvimento de veículos elétricos, baterias de tração, pilotos automáticos e software.

Fonte da imagem: Honda Motor
Formalmente, tais acordos foram fechados no segundo semestre do ano passado, mas no final do ano, as empresas decidiram discutir a possibilidade de uma fusão estrutural. As negociações, que duraram cerca de três meses, não permitiram que as partes encontrassem termos aceitáveis para a fusão, por isso decidiu-se abandonar essas tentativas. Como se sabe, a Mitsubishi Motors também analisou esse acordo, mas preferiu se contentar com as oportunidades disponíveis dentro da aliança com a Renault e a Nissan.
O abandono de tais alternativas estratégicas, como observa a Bloomberg, terá consequências sérias para todas as três empresas, mas afetará especialmente a Nissan Motor, que viu uma aliança com parceiros como uma saída para sua situação financeira nada estável. A Honda Motor demonstrou confiança em seu futuro ao manter sua previsão de lucro anual inalterada em US$ 9,22 bilhões após o fracasso das negociações com a Nissan.
O CEO da Honda Motor, Toshihiro Mibe, disse: “Embora consideremos o resultado um fracasso, temos uma apreciação mútua pelas sinergias que podem ser exploradas em nossa cooperação estratégica.” Segundo ele, a Honda não está considerando a possibilidade de uma aquisição hostil da Nissan, e o governo japonês também não está mantendo nenhuma negociação com esta última empresa.
Nesse contexto, a Nissan Motor não escondeu seu pessimismo e relatou que havia reduzido sua previsão de lucro anual em 20%, para US$ 780 milhões. Conforme observado anteriormente, a fabricante de eletrônicos contratados de Taiwan, Foxconn, não escondeu seu interesse em cooperar com a Nissan e até mesmo expressou sua prontidão para comprar a participação de aproximadamente 36% da Renault na montadora japonesa. Como os termos do acordo para fundir a Honda e a Nissan não agradaram à Renault, os representantes desta última preferiram expressar satisfação com o resultado das negociações e as intenções da Nissan de se concentrar em sua própria reestruturação.
A Honda espera dobrar o número de veículos híbridos vendidos anualmente para 1,3 milhão até o final da década, com o mercado norte-americano respondendo pela maior parte do crescimento. No segmento de veículos de duas rodas, a Honda elevou esta semana sua previsão de vendas para o atual ano fiscal de 20,2 milhões para 20,6 milhões de unidades. Na Ásia, esses veículos têm uma demanda consistentemente alta. No entanto, falhas no mercado interno de automóveis forçaram a Honda a reduzir sua previsão para o número de carros de passeio vendidos no ano fiscal cessante de 3,8 para 3,75 milhões de unidades. A empresa também não abandona os planos de recomprar suas próprias ações no valor de US$ 7,1 bilhões.
