Lilium, pioneira no desenvolvimento de aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOL), declarou insolvência e encerrou suas operações. Apesar das pré-encomendas, a empresa não conseguiu obter financiamento a longo prazo para cumprir todas as suas tarefas e obrigações.
A Lilium, cujos produtos deveriam chegar ao mercado em 2026, anunciou anteriormente que havia começado a montar suas duas primeiras aeronaves totalmente elétricas na Alemanha. A empresa também trabalhou para obter a certificação da Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) e da Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA). Vale ressaltar que ainda nesta semana a FAA finalizou o desenvolvimento de regras para operação de eVTOLs, algo que Lilium estava muito ansioso.
Apesar dos grandes planos, incluindo uma encomenda de até 100 aeronaves da Arábia Saudita e a venda de mais quatro à empresa britânica Volare Aviation, a Lilium não conseguiu garantir o financiamento adequado. No ano passado, a empresa também trabalhou com uma corretora no Texas para vender seu táxi aéreo por US$ 10 milhões. No entanto, o principal problema foi a falta de um empréstimo de 50 milhões de euros, que deveria ser garantido pelas autoridades bávaras.
Em 2021, a Lilium abriu o capital nos Estados Unidos por meio de uma fusão reversa com uma SPAC (Special Purpose Acquisition Company), mas isso não a ajudou a evitar dificuldades financeiras. Num documento recente apresentado à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), a empresa afirmou que não conseguiu angariar os fundos necessários para continuar a operar as suas subsidiárias Lilium GmbH e Lilium eAircraft GmbH.
Agora a Lilium pode perder o controle sobre eles se não houver nenhum investidor pronto para salvar o negócio. Ao mesmo tempo, os concorrentes continuam a desenvolver-se com confiança. Por exemplo, a empresa de aviação americana Joby Aviation recebeu um investimento de US$ 500 milhões da certificação Toyota e FAA em 2022, e a Archer Aviation, que também está desenvolvendo dispositivos eVTOL para uso em infraestrutura urbana, em 2023.