A proteção da propriedade intelectual na China é um ponto sensível para as empresas estrangeiras. As autoridades prometem endurecer as penas para o roubo de tecnologia, mas esse fenômeno não pode ser erradicado completamente. Porém, mais cedo ou mais tarde, a justiça vence o culpado. Foi o que aconteceu com o empresário de Hong Kong Vinsman Nga, que convenceu um engenheiro da General Electric a roubar a tecnologia para a produção de transistores de potência. Mas não deu certo para ganhar dinheiro.
Os agressores iriam registrar uma empresa MOSFET de carboneto de silício na China continental. Esses semicondutores de potência estão se tornando muito procurados devido à eletrificação de veículos e à transição para fontes de energia renováveis. Para isso, a eletrônica necessita de componentes com alta eficiência, o que é totalmente consistente com os MOSFETs baseados em semicondutores com grande gap e, em particular, baseados em carboneto de silício.
Segundo nota do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que indiciou o cidadão de Hong Kong, os agressores criaram uma apresentação em PowerPoint e tentaram atrair investimentos multimilionários para que esse caso iniciasse a produção de transistores. O que deu errado e quando deu errado não é explicado, nem o nome de um cúmplice na pessoa de um engenheiro da General Electric.
O Departamento de Justiça condenou o empresário a dez anos de prisão e a uma multa de 50.000. No entanto, não está claro se os Estados Unidos conseguirão detê-lo, já que Washington suspendeu seu tratado de extradição com Hong Kong em agosto de 2020, depois que Pequim promulgou um acordo nacional semelhante com a exigência de que Hong Kong extradite criminosos ou pessoas sob investigação. Ao mesmo tempo, o Departamento de Justiça disse não ter provas de que qualquer tecnologia foi realmente transferida para a China.
Acrescentamos que em 2018 o FBI lançou o programa China Initiative com o objetivo de combater o roubo de segredos comerciais por empresas, universidades e agências governamentais na China. Desde então, segundo a agência, cada novo processo nesta área é aberto, em média, a cada 10 horas. Ao mesmo tempo, ativistas de direitos humanos observam que a maioria dos casos é rapidamente encerrada e a maioria deles está relacionada à discriminação com base na etnia de imigrantes de países asiáticos.