A rede social TikTok, da ByteDance, está investindo mais de R$ 200 bilhões (US$ 37,7 bilhões) em um data center no Brasil, segundo a Bloomberg. Será a primeira instalação da TikTok na América Latina. A notícia sobre sua possível construção surgiu em abril de 2025.
A TikTok pretende firmar parceria com a Omnia, empresa de construção de data centers, e a Casa dos Ventos, importante fornecedora de energia renovável no Brasil. O TikTok Brasil informa que as empresas construirão em conjunto um data center no estado do Ceará, no Nordeste do país. O projeto, planejado próximo ao porto de Pecém, será alimentado inteiramente por energia eólica.
O projeto é um dos maiores investimentos de empresas chinesas em data centers. Enquanto isso, o Alibaba Group e a Tencent Holdings estão entrando na corrida com os hiperescaladores americanos para desenvolver instalações de inteligência artificial. Os investimentos da ByteDance no Brasil serão distribuídos ao longo de 10 anos e criarão aproximadamente 4.000 empregos.

Fonte da imagem: Agustin Diaz Gargiulo/unsplash.com
O Brasil é considerado o país mais atraente da região para investimentos estrangeiros em projetos de IA. Possui abundantes fontes de energia renovável, uma rede elétrica nacional com territórios interconectados e é coberto por cabos de fibra óptica de alta velocidade. Além disso, a China é um parceiro fundamental para o Brasil e busca expandir os laços regionais, enquanto as relações do Brasil com os Estados Unidos permanecem frágeis.
O Porto de Pesén está localizado próximo a um importante centro de cabos submarinos de internet, com uma estação de ancoragem em Fortaleza. Esses cabos proporcionam uma das rotas mais curtas para dados do Brasil para a Europa e a África. Em setembro, as autoridades brasileiras aprovaram medidas temporárias para incentivar empresas a construir data centers no Brasil, incluindo a permissão para importar alguns equipamentos sem impostos.
O TikTok utiliza data centers ao redor do mundo para armazenar e fazer backup de dados de usuários. Nos últimos anos, a rede social tem colocado cada vez mais grandes volumes de dados em data centers regionais, em meio a preocupações das autoridades locais sobre a segurança das informações dos usuários. No ano passado, a empresa começou a construir um centro de dados na Finlândia para hospedar dados de usuários europeus, que complementará seus centros de dados existentes na Irlanda e na Noruega. Nos EUA, a Oracle fornece armazenamento em nuvem para o TikTok, protegendo os dados americanos dos funcionários da ByteDance que trabalham na China. A empresa também está desenvolvendo centros de dados na Tailândia e na Malásia. Enquanto isso, a Bain Capital, uma empresa americana, vendeu a Chindata, operadora de centros de dados do TikTok na China.
Desenvolvimento emO Brasil é importante para o TikTok, já que a empresa não conseguiu encontrar uma maneira de evitar o bloqueio do serviço nos Estados Unidos. Há um mês, o governo chinês prometeu cooperação a Washington para decidir o destino da operação americana do TikTok, mas rejeitou a ideia de transformar o TikTok em uma entidade separada, pertencente principalmente a investidores americanos. De acordo com a ordem executiva do ano passado, a Lei de Proteção dos Americanos contra Aplicativos Controlados por Adversários Estrangeiros (Protecting Americans from Foreign Adversary Controlled Applications Act), a ByteDance deve vender o TikTok nos Estados Unidos ou deixar o país, mas a decisão vem sendo adiada repetidamente.
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