Nos primórdios da internet, os radioamadores receberam mais de 16 milhões de endereços IPv4. Agora, a Força-Tarefa de Engenharia da Internet (IETF) propôs alocar cinco nonilhões de endereços IPv6 para a mesma comunidade, segundo reportagem do The Register. Entretanto, a Amateur Radio Digital Communications (ARDC), uma organização não governamental de radioamadores que recebeu o bloco IPv4 (44/8) em 1981, vendeu um quarto de seus endereços para a Amazon por US$ 108 milhões em 2019, obtendo um bom lucro com o aluguel desses endereços.

Os Registros Regionais da Internet (RIRs) exigem que os solicitantes de endereços IP justifiquem sua necessidade, possuam a infraestrutura necessária para suportá-los e atendam a uma série de outros critérios. A distribuição “arbitrária” de endereços IP, como ocorria há quarenta anos, é bastante rara hoje em dia.

O rascunho da IETF observa que os radioamadores “construíram práticas e procedimentos em torno do bloco 44/8” e, por diversos motivos, seria impraticável para a comunidade de radioamadores usar os RIRs para obter blocos IPv6 para necessidades futuras. No entanto, propõe-se que a Autoridade para Atribuição de Números da Internet (IANA) reserve o bloco de endereços IPv6 44::/16 e colabore com os RIRs nessa questão.

Fonte da imagem: LinkedIn Sales Solutions/unsplash.com

Como observou recentemente um representante da APNIC, todos os cinco RIRs estão trabalhando na atualização das políticas que definem suas funções e outros parâmetros operacionais. Nesse contexto, uma solicitação à IETF para transferir um bloco de IP específico para uma organização específica na IANA provavelmente esbarrará imediatamente na questão da regulamentação da criação de novos registros globais. Radioamadores estão solicitando um bloco de 2.112 endereços — isso representa “apenas” cinco nonilhões dos 340 undecilhões (2.128) disponíveis.

A ideia foi descrita como incomum, mas digna de consideração, visto que a comunidade de radioamadores possui um rico histórico de projetos interessantes, cujos dados frequentemente encontram aplicação em outras áreas. Também foi enfatizado que a proposta está à frente de seu tempo, especialmente porque a humanidade está criando cada vez mais redes no espaço, tornando importante considerar antecipadamente como as redes de rádio de alta latência interagirão com o restante da internet. Além disso, até mesmo a APNIC acredita que o IPv6 se mostrou menos necessário na prática — as perspectivas de migração para o protocolo não são particularmente atraentes devido à estrutura em constante mudança da rede global.

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