Na Suíça, cientistas desenvolveram um robô microscópico do tamanho de um grão de areia que consegue navegar dentro do corpo humano sob o controle de ímãs externos. O dispositivo pode percorrer vasos sanguíneos, líquido cefalorraquidiano e outras áreas de difícil acesso do corpo, administrando medicamentos precisamente no local da doença.

Fonte da imagem: Instituto de Robótica e Sistemas Inteligentes
A tecnologia já foi testada com sucesso em porcos, cujo sistema circulatório é semelhante ao humano, bem como em modelos artificiais de vasos sanguíneos humanos feitos de silicone. Alega-se que o desenvolvimento visa aliviar um dos principais problemas da farmacologia moderna: os graves efeitos colaterais dos medicamentos, que impedem que até 70% dos fármacos promissores sejam aprovados em ensaios clínicos.

Simulador de vasos sanguíneos humanos em silicone
A antiga sabedoria de que todo remédio é veneno ganha um novo significado hoje em dia. Enquanto antes isso se referia à dosagem, atualmente praticamente não existe medicamento isento de efeitos colaterais. Isso se deve, em parte, ao fato de que os medicamentos entram na corrente sanguínea e se espalham não apenas para a área alvo, mas também para todos os órgãos, sem exceção.
O microrrobô suíço resolve esse problema liberando a substância ativa apenas na área desejada, evitando tecidos e órgãos saudáveis. Isso reduz significativamente a toxicidade da terapia e aumenta sua eficácia, mesmo com o uso de medicamentos potentes.
O sistema consiste em seis grandes ímãs com diâmetro de 20 a 25 cm. O microrrobô é uma esfera de gelatina feita de nanopartículas de tântalo e óxido de ferro, que também contém o medicamento. A esfera, envolvida por um campo magnético, pode ser controlada por um joystick, como em um jogo de corrida em uma pista complexa. Em vez de seguir um caminho predefinido, a esfera contendo o medicamento se move através dos vasos sanguíneos, inclusive contra o fluxo sanguíneo, devido ao forte campo magnético que a atrai. No ponto de administração, a cápsula é destruída por um impulso externo, e o medicamento é liberado principalmente na área alvo do corpo.
De acordo com os autores do estudo, esses microrrobôs magnéticos podem mudar radicalmente o tratamento do câncer, de doenças neurológicas e de outras doenças graves no futuro. Essa tecnologia abre caminho para a criação de medicamentos “inteligentes” que atuarão exclusivamente nas células afetadas, eliminando praticamente os efeitos colaterais sistêmicos.
