A falta de uma posição unificada entre todos os ramos do governo dos EUA sobre a questão das restrições às exportações de placas gráficas da Nvidia e da AMD para a China pode ser comprovada pelos eventos de abril e julho deste ano, quando uma proibição às exportações da placa gráfica H20 foi inicialmente imposta e posteriormente suspensa. Agora, aqueles que são a favor das exportações para a China estão discutindo nos bastidores a ideia de suspender as restrições à placa gráfica H200, mais potente.

Fonte da imagem: Nvidia

A julgar pelos comentários públicos de altos funcionários dos EUA nas últimas semanas, o atual governo americano está, em geral, aberto à exportação para a China de GPUs com várias gerações de atraso em relação às GPUs atuais. A imprensa chegou a divulgar fórmulas para calcular esse atraso, estimado em dois anos e meio a partir do lançamento da próxima geração de GPUs nos EUA.

A Bloomberg noticiou ontem que autoridades americanas começaram a discutir a possibilidade de permitir a exportação de GPUs Nvidia H200 para a China. A exportação dessa GPU com arquitetura Hopper para a China está proibida desde novembro de 2022, mas a proibição pode permanecer em vigor caso as negociações dentro do governo americano não cheguem a um acordo definitivo. Esses rumores deram um pequeno impulso às ações da Nvidia, que subiram 0,64% após o fechamento do pregão de sexta-feira.

Segundo representantes da Nvidia, o atual ambiente regulatório impede que a empresa concorra com sucesso no mercado chinês, permitindo que desenvolvedores locais o dominem praticamente por completo. Ao mesmo tempo, as proibições de envio de aceleradores da Nvidia para a China não afetam sua capacidade de atender clientes nos EUA, como representantes da empresa fizeram questão de acrescentar em entrevista à Bloomberg. Essa última observação foi feita em meio a rumores de um projeto de lei em elaboração nos EUA que obrigaria a Nvidia e suas “colegas” a priorizar pedidos de empresas americanas. Esse projeto de lei tem opositores na Casa Branca, segundo informações divulgadas anteriormente.

Se os envios de H200 para a China continuarem…Se a China for finalmente autorizada a importar seus produtos, isso representará uma espécie de compromisso para o governo Trump. Por um lado, o desempenho superior dessas soluções em comparação com o H20 permitirá que os produtos da Nvidia concorram melhor no mercado chinês e também ganhem alguma vantagem nas negociações com o governo chinês. Por outro lado, a arquitetura Hopper, na qual o H200 se baseia, não é avançada o suficiente para justificar discussões sobre o vazamento de tecnologia valiosa dos EUA para a China. Mesmo Donald Trump já havia declarado publicamente sua disposição em discutir a possibilidade de fornecer chips Blackwell avançados em uma versão adaptada para o mercado chinês, mas o assunto nunca chegou ao ponto de negociações concretas durante seu encontro com o líder chinês Xi Jinping.

A posição da China também mudou significativamente nos últimos meses. Enquanto antes o país simplesmente expressava discordância com as restrições americanas ao fornecimento de aceleradores de computação, desde o verão deste ano, a China tem introduzido cada vez mais regras e recomendações que proíbem o uso de aceleradores importados na infraestrutura de computação apoiada pelo Estado chinês. O fundador da Nvidia, Jensen Huang, chegou a afirmar no outono que os clientes chineses estavam relutantes em comprar aceleradores H20. Aliás, isso não impediu a empresa de gerar US$ 50 milhões em receita com remessas de aceleradores de H2O para a China durante o terceiro trimestre. No entanto, a iniciativa de transferir 15% dessa receita para o orçamento dos EUA não foi formalmente consagrada em lei e, portanto, nunca se concretizou.

Fontes familiarizadas com as negociações EUA-China explicaram à Bloomberg que o levantamento da proibição do fornecimento de H2O para a China não estava planejado.Uma condição obrigatória para o relaxamento das restrições ao envio de minerais de terras raras da China para os Estados Unidos. O lado americano, portanto, suspendeu essas restrições por iniciativa própria.

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