Os Estados Unidos aprovaram a venda de chips avançados da NVIDIA para a Humain, da Arábia Saudita, e para a G42, dos Emirados Árabes Unidos. As empresas, apoiadas pelo Estado, comprarão até 35.000 chips, num valor total de US$ 1 bilhão, segundo a CNBC. O novo acordo representa uma mudança significativa na política americana, que anteriormente desencorajava a venda direta de aceleradores de IA para empresas apoiadas por Estados do Golfo.

Os controles de exportação foram introduzidos para impedir que tecnologia americana avançada vazasse para a China. O governo anterior impôs consistentemente novas restrições às exportações, enquanto o novo busca disseminar ainda mais a tecnologia americana para consolidar a hegemonia dos EUA e manter a liderança tecnológica global. O Departamento de Comércio confirmou que as exportações de chips estarão sujeitas a medidas de segurança e rigorosa prestação de contas, e serão supervisionadas pelo Escritório de Indústria e Segurança do departamento.

A aprovação da exportação ocorreu após a visita a Washington do príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, que prometeu investir US$ 1 trilhão nos Estados Unidos. Anteriormente, durante a visita de Trump aos países do Golfo em maio, apenas US$ 600 bilhões foram discutidos.

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A Humain, empresa saudita de IA apoiada pelo Fundo de Investimento Público do Reino, assinou acordos com a Adobe, Qualcomm, AMD, Cisco, GlobalAI, Groq, Luma e xAI em um fórum de investimentos em Washington. A Humain construirá em conjunto com a xAI um data center de 500 MW na Arábia Saudita. A Humain afirma ter alcançado no reino, até 2026, o mesmo que nos últimos 20 anos e espera que a Arábia Saudita se torne o terceiro maior polo de IA do mundo, atrás dos Estados Unidos e da China.

Segundo especialistas, a Humain e a G42 possuem capital para investimento e conexões com a NVIDIA e o governo americano. As empresas podem aproveitar essas vantagens para construir infraestrutura regional de IA e transformar o Golfo Pérsico em um polo de computação. Vale ressaltar que, há apenas algumas semanas, a Microsoft recebeu uma licença para exportar chips avançados para os Emirados Árabes Unidos. O principal parceiro da empresa no país é a G42, mas até hoje a Microsoft não havia informado a empresa sobre seus embarques de chips.

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Enquanto isso, outro país, a Armênia, também recebeu algumas preferências dos EUA, segundo a Bloomberg. Especificamente, a startup de IA Firebird foi autorizada a importar aceleradores NVIDIA como parte de um projeto de supercomputação. O projeto consiste em uma instalação de 100 megawatts, para a qual a região receberá US$ 500 milhões. Serão utilizados servidores Dell e aceleradores NVIDIA Blackwell, e a primeira fase do projeto deverá entrar em operação no segundo trimestre de 2026.

Durante as últimas regulamentações de Biden sobre chips de IA, o país era considerado de “segunda linha” em termos de restrições, juntamente com Israel, Arábia Saudita e Polônia. No entanto, sob o governo Trump, essa distinção foi revogada. Aproximadamente 20% da capacidade da Firebird será alocada para empresas armênias, e os 80% restantes para empresas sediadas nos EUA.

A Firebird, com sede em São Francisco, foi fundada em 2025 e atualmente conta com 25 funcionários. A empresa concentra-se na construção de centros de dados de energia limpa para mercados emergentes e já está em negociações com vários outros países, incluindo os da América Latina. A expansão para outros mercados está prevista para não antes de 2027, enquanto a empresa testa atualmente o sucesso de seu empreendimento na Armênia. No entanto, já está em negociações com representantes do Departamento de Comércio dos EUA sobre a obtenção de licenças para outros mercados emergentes.

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