As tentativas de evitar uma crise global na cadeia de suprimentos de chips automotivos, como explica a Reuters, levaram as autoridades holandesas a abandonar seus planos de monitorar rigorosamente as atividades da sede da Nexperia. A China, com quem a Holanda já havia entrado em conflito, acolhe com satisfação esses “passos na direção certa”.

Fonte da imagem: Nexperia

No entanto, como observa a fonte, o conflito está longe de terminar. Em primeiro lugar, a empresa chinesa Wingtech, proprietária nominal da Nexperia, compartilha da afirmação de seus oponentes europeus de que as duas entidades permanecem em desacordo em suas interações. O Ministério do Comércio da China declarou que as autoridades holandesas não cessaram completamente sua influência sobre as operações da sede da Nexperia, apesar da promessa de fazê-lo.

Vale lembrar que a Nexperia é uma das maiores fornecedoras de componentes semicondutores automotivos. Sua sede está localizada na Holanda, mas desde 2019, toda a empresa pertence à empresa chinesa Wingtech Technology. Os wafers de silício são inicialmente processados ​​na Alemanha e no Reino Unido, sendo posteriormente enviados para a China para a embalagem e os testes finais dos chips. De acordo com diversas estimativas, de 70% a 80% da produção total da Nexperia é processada na China.

Utilizando diversos pretextos relacionados à segurança nacional, no final de setembro, o governo holandês, sob o pretexto de uma decisão judicial, assumiu o controle da sede da Nexperia, destituindo o CEO chinês e nomeando um substituto. Em resposta, a China impôs restrições às exportações da Nexperia. Os embarques de wafers de silício contendo chips da Nexperia para a China foram gradualmente interrompidos, e a empresa chinesa parou de exportar produtos acabados. Posteriormente, as autoridades chinesas relaxaram seus controles, e pequenos lotes de chips começaram a ser enviados para clientes estrangeiros. Alguns desses clientes tiveram que transportar os wafers de silício da Europa para a China por conta própria para obter as quantidades desejadas.

Ministro da Economia da HolandaVincent Karremans declarou ontem que a recusa do governo chinês em interferir nas operações da Nexperia é um gesto de boa vontade e que as negociações com a parte chinesa estão em andamento. Ele expressou gratidão às autoridades chinesas pela oportunidade de retomar as exportações da Nexperia. A Comissão Europeia também saudou as medidas tomadas para estabilizar o fornecimento de chips. Representantes da indústria automotiva afirmaram que não se pode descartar um impacto negativo adicional da crise na produção de veículos.

A direção da Nexperia enfatizou que a plena restauração do fornecimento exige a cooperação ativa e contínua com as divisões chinesas da empresa. Os estoques de wafers de silício devem durar vários meses. Segundo o Ministro da Economia holandês, a decisão judicial de outubro que destituiu o CEO chinês da Nexperia foi errônea e continua sendo um dos principais obstáculos para a resolução do conflito. A empresa chinesa Wingtech, cujo fundador, Zhang Xuezheng, foi CEO da Nexperia até o mês passado, busca a cooperação das autoridades holandesas para reverter a decisão judicial. O sistema judiciário holandês, no entanto, implica que a Nexperia terá que participar de uma investigação sobre alegações de má conduta por parte de seu ex-CEO. Ainda não foi definido um prazo para a conclusão da investigação.

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