Os participantes do mercado de ações se acostumaram com o desempenho financeiro recorde das fabricantes de chips em meio ao boom da IA. No entanto, nem tudo é tão simples nesse setor, como revelou o recente relatório trimestral da fabricante japonesa de memórias Kioxia. As ações da empresa caíram 23%, a maior queda desde seu IPO em dezembro do ano passado.

Fonte da imagem: Kioxia
Segundo a Bloomberg, a queda no preço das ações da Kioxia foi desencadeada por uma discrepância entre as previsões de lucro operacional dos analistas para o ano fiscal e as expectativas da própria empresa. No Japão, o ano fiscal começa em abril e termina em março do ano seguinte. A Kioxia estima que registrará um lucro operacional entre US$ 1,5 bilhão e US$ 1,7 bilhão nos primeiros nove meses do atual ano fiscal.
Os analistas temem que essa tendência de queda no lucro operacional impeça a Kioxia de atingir os US$ 2,7 bilhões esperados para o ano fiscal completo. Mesmo um aumento de 11% no lucro operacional no trimestre fiscal anterior, o primeiro aumento em três trimestres consecutivos, não impediu a queda das ações da empresa. Na verdade, as ações da Kioxia atingiram seu limite diário de queda e sofreram a maior desvalorização desde a abertura de capital da empresa na Bolsa de Valores de Tóquio em dezembro passado. De qualquer forma, seu preço subiu mais de 500% desde o início deste ano. As ações da Samsung e da SK Hynix também caíram devido a esse cenário.
No entanto, alguns analistas atribuem a desaceleração observada no crescimento dos lucros da Kioxia à necessidade de modernizar seus processos de produção de memória NAND. Para o próximo ano, a Kioxia prevê um excesso significativo na demanda por NAND em relação à sua capacidade de produção, e esse desequilíbrio pode persistir até o final do ano. Essa memória é necessária em grandes quantidades pelos fabricantes de SSDs para o segmento de servidores, dada a crescente demanda.O atual crescimento da inteligência artificial.
