O chatbot ChatGPT da OpenAI viola a lei de direitos autorais alemã ao reproduzir letras de músicas do popular cantor alemão Herbert Groenemeyer e de outros artistas, decidiu ontem um tribunal alemão, segundo a Reuters.

Fonte da imagem: Growtika / unsplash.com
Ao treinar seus modelos de inteligência artificial, a OpenAI utilizou material protegido por direitos autorais de nove músicas, incluindo os sucessos “Maenner” e “Bochum”, de Grönemeyer, decidiu ontem o Tribunal Regional de Munique. O processo foi movido pela Associação Alemã para a Proteção dos Músicos (GEMA), que inclui compositores, letristas e editoras. A juíza Elke Schwager ordenou que a OpenAI pagasse indenização pelo uso indevido desse material, sem divulgar o valor.
A OpenAI argumentou que seus modelos não copiam ou armazenam dados de treinamento específicos, mas sim reproduzem o que aprenderam com o conjunto de dados completo. Como as respostas são geradas por consultas dos usuários, os representantes da OpenAI alegaram que o usuário, e não o desenvolvedor, deveria ser responsabilizado. No entanto, o tribunal decidiu que a capacidade do chatbot de memorizar e reproduzir letras de músicas violava os direitos autorais.
“A internet não é uma loja de autosserviço, e a criatividade humana não se resume a modelos gratuitos. Hoje, estabelecemos um precedente que protege e esclarece os direitos dos criadores: mesmo os operadores de serviços de IA como o ChatGPT são obrigados a cumprir a lei de direitos autorais”, afirmou Tobias Holzmüller, CEO da GEMA. “Discordamos da decisão [do tribunal] e estamos avaliando nossos próximos passos. A decisão diz respeito a um conjunto limitado de letras de músicas e não afetará os milhões de pessoas, empresas e desenvolvedores na Alemanha que utilizam nossas tecnologias diariamente”, observou um porta-voz da OpenAI.
