“A festa acabou”, como disse um físico de renome mundial há dez anos. O estudo aprofundado de partículas elementares e as tentativas de entrar no domínio da “nova física” exigem recursos colossais — tanto para a construção quanto para a manutenção de novos instrumentos. A construção de um novo acelerador de partículas está paralisada na União Europeia e, como se vê, um projeto semelhante foi arquivado na China.

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De acordo com fontes chinesas, o estudo de viabilidade para o projeto do colisor circular de elétrons e pósitrons (CEPC) na China, com um anel de aproximadamente 100 km de comprimento, foi concluído em outubro de 2025. Um estudo de viabilidade semelhante na Europa para a construção de um acelerador similar, o Futuro Colisor Circular (FCC) no CERN, foi concluído em 31 de março de 2025. A construção da instalação na UE está estimada em US$ 17 bilhões. Na China, o custo seria aproximadamente três vezes menor. No entanto, mesmo US$ 5 bilhões parecem ser considerados um gasto irrazoável no próximo quinquenal.
O projeto CEPC não foi incluído na lista de iniciativas científicas a serem implementadas entre 2025 e 2030. O governo chinês não incluiu o CEPC na lista de projetos a serem financiados no novo quinquenal.
“Embora nossa proposta de incluir o CEPC no próximo plano quinquenal não tenha sido bem-sucedida, o instituto dará continuidade ao trabalho desenvolvido em colaboração internacional ao longo dos últimos dez anos”, afirmaram os desenvolvedores chineses em uma entrevista recente. O grupo pretende reapresentar o projeto em 2030 para aprovação no próximo plano quinquenal — a menos que um colisor semelhante seja construído na UE até lá. Considerando a situação na Europa, o projeto também pode ser abandonado por lá: atualmente, não há financiamento disponível para ciência fundamental.
O projeto CEPC foi proposto em 2012, quando o bóson de Higgs — ou a “partícula de Deus”, como era informalmente chamado — foi descoberto no LHC do CERN. O bóson de Higgs é responsável pela massa das outras partículas elementares do Modelo Padrão. Os experimentos no LHC permitem determinar as características do bóson.O colisor de bósons de Higgs tem precisão limitada, já que as energias geradas nele são bastante finitas. Um colisor maior poderia gerar energias de partículas mais altas, tornando-se literalmente uma fábrica de bósons de Higgs. Isso ajudaria a refinar suas características e, possivelmente, abriria caminho para uma “nova física” além do Modelo Padrão.
Se o CEPC fosse construído, a China se tornaria um centro global de física fundamental. Isso não apenas aumentaria o prestígio do país, mas também impulsionaria significativamente sua liderança tecnológica. Ao adiar a decisão sobre o projeto por cinco anos, a China está abrindo mão voluntariamente de tais vantagens.
Os desenvolvedores do projeto CEPC prometem publicar um plano mais detalhado em 2027. Observa-se que milhares de cientistas de quase 160 institutos em 39 países estão participando de sua elaboração. O interesse no projeto é enorme e dificilmente diminuirá.
