Pesquisadores do Centro de Robótica Avançada do Instituto Coreano de Construção de Máquinas e Materiais (KIMM) relataram um avanço na produção em massa de tecido com fibras “robóticas” incorporadas. Eles criaram uma máquina para a produção industrial desse tecido. As amostras de fibra, pesando 10 gramas, são capazes de levantar até 15 kg, prometendo reduzir o esforço muscular de uma pessoa vestindo um terno em até 40%. A vida e o trabalho se tornarão muito mais fáceis.

Fonte da imagem: KIMM
A ideia de usar exoesqueletos no dia a dia é atualmente dificultada pela natureza complexa das soluções existentes, baseadas em motores potentes ou sistemas hidráulicos. Esses sistemas são pesados e raramente convenientes, embora possam ser úteis para transportar cargas grandes e pesadas por longos períodos. Além disso, o problema de reduzir a carga em múltiplas articulações — em particular, cotovelo, ombro e lombar — permanece sem solução. Um desenvolvimento coreano aborda esses desafios e promete tornar a tecnologia tão difundida que transformará a manufatura, a medicina e o cotidiano.
Pesquisadores apresentaram uma máquina para a tecelagem automatizada de um atuador “tecido-músculo” baseado em fios ultrafinos de liga com memória de forma (SMA). Essa tecnologia permite a produção de materiais leves e flexíveis, adequados para produção em massa, aproximando naturalmente a comercialização de robôs vestíveis e exoesqueletos.
O método de produção baseia-se na utilização de fio de SMA com diâmetro de 25 mícrons — aproximadamente quatro vezes mais fino que um fio de cabelo humano — embutido em um fio espiralado. Ao contrário das versões anteriores com núcleo metálico, que eram fisicamente inflexíveis e difíceis de fabricar, o novo fio possui um núcleo de fibra natural. Isso permite que a máquina aprimorada assegure uma tecelagem estável e contínua do tecido robótico. Essas fibras, que pesam apenas 10 gramas, podem suportar cargas de 10 a 15 kg, tornando-as um componente ideal para roupas robóticas.

Para validar o conceito, cientistas criaram o primeiro robô vestível do mundo, semelhante a uma roupa, com menos de 2 kg. Ele oferece suporte simultâneo ao cotovelo, ombro e região lombar, reduzindo a tensão muscular em mais de 40% durante tarefas físicas repetitivas. Além disso, foi desenvolvido um robô de suporte de ombro ultraleve, com 840 g, que pacientes com distrofia muscular podem usar em seu dia a dia. Ensaios clínicos no Hospital Universitário Nacional de Seul (SNUH) demonstraram um aumento na amplitude de movimento do ombro de mais de 57%.
Esse desenvolvimento abre a possibilidade de reduzir o esforço físico de trabalhadores da logística e da construção civil, além de melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Um sistema de produção automatizado garante uniformidade e materiais de alta qualidade, estabelecendo as bases para a produção comercial de roupas de uso diário com funções de exoesqueleto.
