O maior investidor da OpenAI, a Microsoft, claramente não quer perder o acesso aos desenvolvimentos da promissora startup e está tentando modificar o acordo com a empresa de forma a continuar a usar seus desenvolvimentos no campo da inteligência artificial.

Fonte da imagem: Unsplash, Levart_Photographer

A nuance é que, como explica a Bloomberg, o contrato atual entre a Microsoft e a OpenAI prevê o livre acesso da primeira aos desenvolvimentos da segunda apenas até a criação da chamada inteligência artificial “forte” (IAA), que é comparável em suas capacidades às dos humanos. Após esse marco no desenvolvimento da OpenAI, os direitos da Microsoft de usar os desenvolvimentos da startup deverão ser severamente limitados. Além disso, o contrato entre as empresas é válido até 2030. A Microsoft gostaria de manter o acesso às tecnologias da OpenAI após esse marco.

A Microsoft está atualmente negociando a eliminação dessa condição em seus acordos com a OpenAI. Ao mesmo tempo, esta última está tentando se reestruturar para finalmente entrar no mercado e começar a atrair investimentos em larga escala de diversas fontes. A empresa é atualmente administrada por uma organização sem fins lucrativos, e o potencial retorno financeiro para os investidores é limitado a pequenas quantias. Obviamente, nesse contexto, não é tão fácil para a OpenAI captar recursos para seu desenvolvimento, uma vez que não há garantia concreta de retorno sobre o investimento.

Segundo a Bloomberg, as partes chegarão a um acordo dentro de algumas semanas. Este mês, os chefes das empresas, Sam Altman e Satya Nadella, já discutiram o assunto em uma das conferências especializadas. No entanto, esse acordo pode não contribuir para o progresso da OpenAI rumo a uma reestruturação bem-sucedida, visto que existem muitos outros obstáculos nesse caminho, como o mesmo processo movido por Elon Musk.

A OpenAI também busca reduzir sua dependência da Microsoft para desenvolver sua infraestrutura de computação com a ajuda de provedores de serviços de nuvem concorrentes. O SoftBank, por exemplo, está disposto a financiar projetos da OpenAI somente se a reestruturação desta for concluída até o final deste ano. A OpenAI também tem uma série de exigências à Microsoft – na área de segurança do uso de seus desenvolvimentos, por exemplo.

Em termos de criação da AGI, o contrato existente com a Microsoft também contém uma série de incertezas. Por exemplo, o conselho de administração da OpenAI reserva-se o direito de determinar quando a empresa criará a AGI do ponto de vista técnico. Uma vez tomada essa decisão, o acesso da Microsoft às tecnologias OpenAI poderá ser significativamente restringido. Todos os desenvolvimentos subsequentes não serão mais da Microsoft, o que preocupa bastante a empresa. Além disso, a Microsoft está privada do direito de desenvolver a AGI de forma independente.

Se a OpenAI puder proporcionar aos seus investidores um lucro total de US$ 100 bilhões, terá o direito de pagar à Microsoft toda a renda devida, em troca de privar a parceira do acesso a todos os seus desenvolvimentos. Disputas sobre essas questões poderão ser consideradas em tribunal. As partes também terão que concordar sobre como as atividades da OpenAI serão afetadas por aquisições de outras startups. Estas últimas nem sempre estão dispostas a fornecer à Microsoft acesso aos seus desenvolvimentos originais. Em geral, a Microsoft espera receber de 30 a 35% das ações da OpenAI após a reestruturação. Se a Microsoft não estiver satisfeita com os termos do novo contrato, está disposta a aceitar os termos do contrato atual.

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