A eWeek informou que a conferência GTC 2025 da Nvidia deu aos líderes do setor uma demonstração ao vivo de uma interface neural minimamente invasiva alimentada por IA. A demonstração foi conduzida pela Synchron, uma empresa que afirma a superioridade de sua tecnologia de interface cérebro-computador em relação a projetos concorrentes, incluindo o muito elogiado Neuralink de Elon Musk.

Fonte da imagem: Synchron
O sensor cerebral Synchron é instalado no cérebro sem cirurgia. Ele se assemelha a um stent para dilatar vasos sanguíneos e é inserido na veia jugular na região do pescoço. O funcionamento é simples: um stent é inserido através de uma veia na área motora do córtex cerebral, onde é feita a leitura de sua atividade. Um transmissor de sinal é colocado sob a pele no peito do paciente, de onde os dados são transmitidos sem fio para um computador. Esses implantes foram instalados em quatro cidadãos australianos e seis cidadãos americanos.
Na GTC, a Synchron demonstrou a integração perfeita de diversas novas tecnologias: Apple Vision Pro, a plataforma de processamento de dados multimodal Holoscan da Nvidia, e Sentrode, a interface proprietária da Synchron que conecta os pensamentos de uma pessoa ao ambiente físico. Dados sobre os desejos do paciente (sua atividade cerebral) foram lidos pelo implante de stent e transmitidos ao sistema AssistiveTouch do headset Vision Pro.
«Construímos um modelo do cérebro usando métodos de pré-treinamento generativos que aprendem diretamente de dados neurais, abstraindo os fundamentos da mente humana para construir recursos que melhoram a vida de nossos usuários”, disse o CEO e fundador da Synchron, Thomas Oxley. “Isso é possível graças à nossa capacidade de escalar grandes conjuntos de dados, prometendo tornar a BCI [interface] tão comum quanto inserir um stent [convencional].”

Durante a demonstração, um usuário chamado Rodney usou o sistema implantado para controlar a temperatura, a iluminação e a música em sua casa usando a mente, algo que a empresa já vinha demonstrando em experimentos muito antes do evento.
O objetivo da empresa é que sua interface possa ajudar pessoas com paralisia e outras deficiências físicas graves a controlar a tecnologia sem usar as mãos e interagir melhor com o mundo ao seu redor. Dados coletados em cenários do mundo real ajudarão a treinar “IA cognitiva” projetada tanto para fins médicos quanto para uso mais amplo. Para esse fim, em particular, a Synchron está trabalhando com a Nvidia no conceito Chiral. É um futuro sistema de interface cérebro-computador que combina processamento neural em tempo real com inteligência artificial avançada. Para concretizar esse conceito, três objetivos principais precisarão ser alcançados.
Primeiro, desenvolver um sistema de decodificação neural de funções motoras em tempo real, que permitirá aos usuários controlar o ambiente digital diretamente por meio de implantes cerebrais com latência mínima. Segundo, adicione informações do mundo real usando o Nvidia Cosmos para mapear o ambiente e entender física realista. Terceiro, crie um modelo de IA baseado em dados anônimos de usuários. Tudo isso formará a base do Chiral, um modelo “universal de autoaperfeiçoamento” para uso médico e geral.

A Synchron chama esse modelo emergente de “IA cognitiva”. O objetivo final é ir “além do reconhecimento da intenção, estabelecendo a base para passar das intenções para ações em tempo real” e criar um “modelo de base em escala real do cérebro”. É uma ideia ousada, mas a empresa admite que o conceito permanece hipotético por enquanto.
