Há algum tempo, a ex-diretora de política global do Facebook✴, Sarah Wynn-Williams, acusou a empresa de criar um sistema de censura automática para se adaptar às rígidas exigências do mercado chinês, o que contradiz os princípios de liberdade de expressão declarados publicamente pelo chefe do Meta✴, Mark Zuckerberg. Agora, detalhes sobre como esse “sistema chinês” funcionava se tornaram conhecidos.

Fonte da imagem: Mark Zuckerberg

De acordo com uma reclamação apresentada por Wynn-Williams à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), o site de rede social Facebook✴ tentou ganhar espaço na China criando uma versão da plataforma que estava em conformidade com as leis locais. Para isso, uma equipe especial foi formada em 2014 para trabalhar em um projeto com o codinome Projeto Aldrin, relata o TechSpot.

Uma das principais condições para a cooperação com as autoridades chinesas era o armazenamento de dados de usuários na China e em Hong Kong em servidores dentro do país, o que deveria facilitar o acesso do governo às informações pessoais dos cidadãos. Além disso, o Facebook✴ propôs contratar um fundo de investimento chinês para monitorar o conteúdo e contratar centenas de moderadores para remover materiais proibidos.

Para isso, disse Wynn-Williams, em 2015 a empresa desenvolveu um sistema de censura automatizado que remove termos proibidos. Também houve discussão sobre a nomeação de um editor-chefe que poderia controlar o conteúdo publicado na versão chinesa do Facebook✴. Seus poderes incluíam remover postagens que não estivessem de acordo com as políticas do governo chinês e até mesmo fechar a plataforma completamente no caso de protestos em massa no país.

A denúncia também alega que, em 2017, o Facebook✴ restringiu a conta do empresário chinês Guo Wengui por criticar o governo chinês. Na época, a empresa atribuiu oficialmente a medida a uma violação das regras de privacidade, mas fontes dizem que a medida tinha a intenção de ganhar a simpatia das autoridades chinesas.

O porta-voz da Meta✴, Andy Stone, confirmou que a empresa realmente considerou entrar no mercado chinês, mas abandonou esses planos em 2019. Ele ressaltou que as acusações vêm de um ex-funcionário que foi demitido há oito anos por mau desempenho, e o fato da tentativa de cooperação com a China não é segredo para ninguém.

Ao mesmo tempo, depois de 2019, Zuckerberg começou a criticar a censura na China. Então, recentemente ele anunciou que o Meta✴ fará da liberdade de expressão uma prioridade, removerá uma série de restrições em tópicos como imigração e gênero e mudará o sistema de moderação, deixando apenas a luta contra o extremismo, a fraude e os crimes contra crianças.

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