As ações da Nvidia caíram quase 9% na segunda-feira depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, reafirmou uma tarifa de 25% sobre as importações do Canadá e do México. O evento coincidiu com um declínio mais amplo do mercado de ações, com o Dow Jones Industrial Average, que inclui a Nvidia, perdendo 1,8% e o Nasdaq Composite caindo mais de 3%. A capitalização de mercado da Nvidia caiu em US$ 265 bilhões, para US$ 2,79 trilhões, trazendo as ações da empresa de volta aos níveis de setembro do ano passado.

Fonte da imagem: NVIDIA

A queda nos preços das ações ocorreu poucos dias após o relatório trimestral da Nvidia, que superou as expectativas dos analistas. Na quarta-feira, a empresa relatou um aumento de 78% na receita ano a ano para US$ 39,33 bilhões. No entanto, apesar dos resultados financeiros impressionantes, as ações da Nvidia perderam mais de 13% desde que o relatório foi divulgado. Isso se deve às preocupações dos investidores sobre o impacto das novas tarifas na logística, nos custos de produção e no desempenho financeiro futuro da gigante da tecnologia.

A principal produção da Nvidia está concentrada em Taiwan, mas a montagem de sistemas computacionais complexos e a integração de soluções prontas são realizadas nos Estados Unidos e no México. A introdução de taxas de 25%, que entram em vigor hoje, pode aumentar significativamente os custos da empresa. Isso cria incerteza sobre as margens futuras e a competitividade de seus produtos, mesmo com o rápido crescimento da demanda por chips de IA.

Durante a teleconferência de resultados trimestrais, analistas fizeram perguntas aos executivos da Nvidia sobre o potencial impacto das novas tarifas. A diretora financeira da empresa, Colette Kress, comentou a situação da seguinte forma: “As tarifas são desconhecidas neste momento até que entendamos qual é o plano do governo dos EUA”. Isso é uma preocupação para os investidores porque os custos adicionais podem impactar a estratégia da cadeia de suprimentos e as parcerias da Nvidia.

Pressão adicional sobre a empresa está sendo colocada pela atenção dos reguladores às exportações da Nvidia para Cingapura. Alguns analistas acreditam que o país pode ser usado como ponto de trânsito para chips enviados para a China, potencialmente contornando as restrições de exportação dos EUA. Autoridades de Cingapura prenderam recentemente várias pessoas acusadas de fornecer informações falsas sobre os destinatários finais de servidores fabricados nos EUA. Isso levantou preocupações de que os reguladores dos EUA poderiam reforçar os controles sobre as exportações de alta tecnologia, criando riscos adicionais para os negócios da Nvidia.

Para reduzir sua dependência de suprimentos estrangeiros, a Nvidia anunciou a localização de parte de sua produção nos Estados Unidos. Trump disse na segunda-feira que a empresa planeja fabricar chips nas novas instalações da TSMC como parte de uma expansão de US$ 100 bilhões em suas operações de fabricação, uma medida que deve ajudar a Nvidia a se adaptar às mudanças nas condições comerciais, mas levará tempo para ser implementada.

Em meio à volatilidade, os investidores estão de olho nas perspectivas de crescimento da Nvidia no setor de IA. Os maiores provedores de nuvem continuam sendo os principais clientes da empresa, respondendo por cerca de 50% de sua receita no segmento de data center. Durante o relatório trimestral, os analistas esperavam que a Nvidia comentasse sobre a dinâmica da demanda, possíveis interrupções no fornecimento e perspectivas de desenvolvimento futuro.

O CEO da Nvidia, Jensen Huang, confirmou que a empresa corrigiu os problemas associados à sua mais recente arquitetura Blackwell e expressou confiança no crescimento contínuo da demanda: “Teremos um bom trimestre no próximo trimestre. Também temos uma carteira de pedidos bastante sólida para a Blackwell.” Essa declaração acalmou um pouco os investidores, mas a instabilidade do mercado continua pressionando as cotações.

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