As ações da Apple terminaram as negociações de ontem nos EUA com uma queda de 4%, o que corresponde ao pior dia de negociação desde 5 de agosto do ano passado. O catalisador para esse movimento de ações foram as notícias sobre os fracassos da empresa no mercado chinês de smartphones. O preço das ações da Apple recuou 12% em relação ao pico de dezembro e, desde o início do ano, teve um desempenho inferior ao de todos os membros do setor de tecnologia “Magnificent Seven” nos Estados Unidos.
Um dos motivos da queda ontem do preço das ações da Apple foi um relatório publicado pelos analistas da Canalys, que afirmava que no final do ano passado, o iPhone na China caiu para o terceiro lugar entre os demais smartphones. A fabricante americana encerrou 2024 com 15% do mercado chinês, enquanto a sancionada Huawei ficou em segundo lugar com 16% do mercado, e a líder no mercado chinês foi a empresa local Vivo com uma participação de 17%. Aliás, de acordo com os resultados do quarto trimestre, individualmente, todos os participantes dos três primeiros ocupavam 17% do mercado chinês de smartphones, e a Apple ainda está um pouco à frente, embora o volume de vendas do iPhone no final do trimestre tenha caído 25 % ano a ano. A Huawei, pelo contrário, aumentou as suas remessas de smartphones na China em 24% no quarto trimestre.
Em princípio, no final do ano como um todo, o volume de entregas de smartphones Apple na China diminuiu 17%. A TSMC, que fabrica processadores móveis para a Apple, divulgou esta semana uma previsão de que as remessas de smartphones aumentarão 6% no trimestre atual em uma base sequencial. Esta tendência é explicada pelos representantes da TSMC como fatores sazonais. Se historicamente a receita da TSMC era em grande parte determinada por componentes para smartphones, no último trimestre os chips para sistemas de inteligência artificial ganharam destaque.
Para colocar lenha na fogueira, o conhecido analista Ming-Chi Kuo disse que no primeiro semestre do ano, as remessas de iPhone diminuirão 6% ano a ano, com a maior parte do declínio ocorrendo no segundo trimestre. Como o Apple Intelligence ainda não é oferecido na China, a procura por novos smartphones desta marca continua extremamente baixa. Mesmo quando esses recursos forem introduzidos na China, é improvável que aumentem significativamente as vendas do iPhone ou a receita de serviços da Apple, segundo o especialista.