Os cientistas descobriram pela primeira vez o fato de que a Terra é bombardeada com elétrons de energias transcendentais. Isso só poderia acontecer no caso de uma fonte de radiação relativamente próxima. Muito provavelmente poderia ser uma ou mais estrelas de nêutrons. É impossível estabelecer a direção exata da fonte – os elétrons seguem facilmente as curvas das linhas magnéticas e podem ter chegado à Terra vindos de qualquer lugar.
A descoberta foi feita por um grupo de cientistas europeus com base em dados recolhidos ao longo de 10 anos de observações pelo observatório do Sistema Estereoscópico de Alta Energia (HESS), na Namíbia. A participação dos elétrons no fluxo das partículas cósmicas mal chega a 1%. Não são fáceis de detectar em ruídos e entre outros registros. Deve-se também levar em conta que as partículas que chegam diretamente do espaço não podem ser detectadas na Terra. Eles colidem com átomos de gases atmosféricos e provocam uma chuva de seus detritos, que é registrada por instrumentos e permite restaurar uma imagem do que realmente chegou.
As energias dos elétrons são tradicionalmente baixas – da ordem de centenas de gigaelétron-volts. Elétrons com energia de 40 TeV foram detectados nos dados do observatório HESS, que é trilhões de vezes maior que o normal. É importante notar que a fonte destas partículas de alta energia não poderia estar muito longe, uma vez que os eletrões perdem energia rapidamente à medida que viajam pelo Universo.
Os cálculos mostraram que as partículas foram emitidas por um objeto desconhecido a vários milhares de anos-luz da Terra. Estrelas de nêutrons, objetos compactos com campos magnéticos extremamente fortes (pulsares, para ser mais preciso), são capazes de tal ação. Como a direção exata da fonte não pode ser estabelecida, só podemos adivinhar se era uma estrela ou várias.