Hoje, pela primeira vez, surgiram informações preliminares sobre a composição do solo do outro lado da Lua, entregues à Terra pela sonda chinesa Chang’e-6. A sonda trouxe para a Terra cerca de 2 kg de amostras únicas daquele lado da Lua que nunca é visível do nosso planeta. Artigos científicos completos sobre análise de solo aparecerão dentro de um ano ou mais, mas os cientistas chineses não despertaram intriga e compartilharam dados preliminares que surpreenderam.
O solo do outro lado da Lua revelou-se mais solto ou menos denso do que todas as amostras de solo entregues anteriormente no lado visível do satélite. Isso o torna muito diferente de tudo que as missões espaciais trouxeram à Terra desde 1969. Só isso já é digno de atenção. Mas isso não é tudo. Antes do advento de amostras únicas, todas as amostras da Lua continham principalmente rochas basálticas. Nas amostras de solo do verso, além dos basaltos, existem muitas substâncias “estranhas” que, do ponto de vista geológico, parecem bastante frescas.
Os cientistas sugerem que colocaram as mãos em uma mistura de solo lunar mais “maduro” e materiais que foram lançados há relativamente pouco tempo na superfície da Lua. Várias crateras de impacto recentes foram observadas na área de pouso, que parecem ter contaminado a superfície no local de amostragem com produtos ejetados, incluindo aqueles que sofreram choque térmico. Em particular, isto se refletiu nas partículas de vidro e feldspato nas amostras.
A sonda Chang’e-6 pousou e coletou amostras do outro lado da Lua no final de junho de 2024, em um local chamado bacia do Pólo Sul-Aitken. Esta é em si uma enorme cratera de impacto, que dá acesso ao interior da antiga Lua e nos permite refinar modelos da formação e evolução do satélite. A julgar pelas primeiras impressões de amostras de superfície deste local, nunca conhecemos uma Lua assim.